O senador Eduardo Braga (MDB) declarou que o governador do Amazonas Wilson Lima (PSC) perdeu a oportunidade de esclarecer a população, em especial a do Amazonas, sobre a crise sanitária vivida no Estado ao optar por não comparecer à CPI da Covid nesta quinta-feira, 10/6.
“Muitas respostas deixaram de ser dadas. Ele perdeu a oportunidade de esclarecer a opinião pública do Amazonas, de poder explicar porque que ele tinha R$ 478 milhões depositados no Fundo de Saúde Estadual. Muitas questões poderiam ser esclarecidas”, pontuou Eduardo Braga em seu manifesto na Comissão.
A ministra do Supremo Tribunal Federal (STF) Rosa Weber concedeu a Wilson Lima a permissão de não comparecer para depor na CPI da Covid e, caso comparecesse que poderia permanecer em silêncio e que ainda que não precisaria fazer o juramento ao qual todos os depoentes são submetidos de dizer a verdade em seu depoimento.
“Lamentavelmente o governador Wilson Lima entrou com esta ação e obteve uma liminar que facultou o direito e esse é o ponto. A ministra Rosa Weber, não decidiu que ele não viesse. Ela deu a ele o direito de decidir se vinha ou não. Se ele viesse, não seria obrigado a fazer o juramento de falar a verdade, ele poderia ficar calado. Ora, ele decidiu não vir. Isso foi uma decisão do governador, de não vir”, disse o senador do MDB
Braga destacou ainda que espera que o ex-secretário de Estado de Saúde do Amazonas (SES-AM), Marcellus Campêlo, possa ir à CPI no próximo dia 15, quando seu depoimento está agendado.
“Esperamos que o ex-secretário Marcellus possa comparecer aqui e talvez em nome da Secretaria de Estado de Saúde (SES-AM) possa prestar esclarecimentos ao povo brasileiro e ao povo do Amazonas”, concluiu Eduardo Braga.
Com a ausência de Lima, a sessão da CPI nesta quinta deve se restringir à votação de requerimentos de convocação e pedidos de quebra de sigilo.
Convocações – Alguns dos requerimentos de convocação de novas testemunhas e dos pedidos de quebra de sigilos telefônico e de dados previstos para votação nesta quinta-feira são:
Convocações: Carlos Gabas, ex-secretário-executivo do Consórcio Nordeste; Wagner Rosário, ministro da Controladoria Geral da União.
Pedidos de quebra de sigilos telefônico e de dados: Mayra Pinheiro, secretária do Ministério da Saúde; Markinhos Show, ex-assessor de Eduardo Pazuello; Filipe Martins, assessor da Presidência da República; Ernesto Araújo, ex-ministro das Relações Exteriores; Eduardo Pazuello, ex-ministro da Saúde; Carlos Wizard, empresário que teria integrado o chamado “gabinete paralelo”; Zoser Hardman de Araújo, que assessorou juridicamente Pazuello no MS; Paolo Zanotto, virologista que faria parte do “gabinete paralelo”; Nise Yamaguchi, oncologista defensora da cloroquina; Marcellus Campêlo, secretário de Saúde do Amazonas; Luciano Dias Azevedo, médico que teria participado de reunião para alterar a bula da cloroquina; Elcio Franco, ex-secretário executivo do MS na gestão Pazuello;
Há também pedidos de quebra de sigilos fiscal e bancário da Associação Dignidade Médica de Pernambuco; e de empresas de publicidade e marketing.
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Por Lana Honorato
Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado