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sexta-feira, julho 5, 2024

Fechamento de fábrica da Canon na ZFM gera preocupação

A unidade foi inaugurada em 2012, em Manaus, como estratégia para ampliar as vendas de câmeras e acessórios em mercados emergentes. Recentemente, a Sony também encerrou as atividades no Polo Industrial de Manaus

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“Informamos que o fechamento da fábrica não afetará nenhum serviço ou estratégias de vendas da multinacional. É uma decisão tomada pela Canon Japão que respondia pela fábrica”, diz o anúncio oficial foi feito pela própria empresa.

A unidade foi inaugurada em 2012, em Manaus, como estratégia para ampliar as vendas de câmeras e acessórios em mercados emergentes, sendo que o Brasil era o quarto maior mercado da empresa japonesa — seguido por Estados Unidos, China e Japão.

Foi a primeira fábrica construída fora da Ásia à época, a Canon investiu R$ 2,78 milhões — com capital de giro de R$ 5,3 milhões — em um pátio com 1,4 metros quadrados, gerando 60 empregos diretos.

Após avaliação da matriz da Canon, no Japão, os executivos avaliaram que a pandemia do novo coronavírus, além de outras dificuldades geradas, gerando dificuldades estratégicas a longo prazo. A empresa ressalta que as operações continuam no Brasil.

“Sendo assim, a Canon continua em plena atividade no Brasil, oferecendo seus produtos fotográficos, de impressão e imagem por sua loja virtual ou por sua equipe de campo. Além disso, nada altera nas áreas de atendimento ao cliente, garantia dos produtos e assistência técnica da Canon do Brasil”, explica a companhia em nota.

No primeiro trimestre de 2021, a empresa teve crescimento de 7,7% na demanda de produtos para home-office, como impressoras à laser.

Promessa – A companhia japonesa ainda ressaltou que nos próximos meses deve trazer novidades, com vários “lançamentos de produtos e serviços no país” e garantiu que não deixará o mercado brasileiro.

“A Canon do Brasil não deixará o mercado brasileiro e reafirma seu compromisso em oferecer serviços e produtos de qualidade e alta tecnologia aos clientes”, ressaltou.

O presidente da Canon do Brasil, Masahiro Sato informou que a empresa sempre se beneficiou da fábrica de Manaus, mas decidiu pelo fechamento, por entender que havia uma dificuldade de visualização de estratégia a longo prazo. “Porém, o mercado brasileiro é um dos mais importantes do mundo e continuamos acreditando no Brasil”, afirmou.

Ele também afirmou que a decisão é pontual, apesar de a empresa conhecer a fundo os problemas estruturais existentes no país, mas que sempre atualizaram as estratégias de negócios para superar esses desafios.

Recentemente, a Sony também anunciou o encerramento de suas atividades no parque fabril de Manaus.

Manifestações – O deputado Serafim Corrêa (PSB) disse ao Portal O Convergente que lamenta a saída da fábrica e criticou o sistema tributário brasileiro por não ser atrativo aos investimentos. Segundo o deputado, é preciso simplificar o sistema tributário e garantir segurança jurídica para todos.

Economista e estudioso do modelo ZFM, o deputado destacou dois aspectos como possíveis motivadores para a interrupção da produção da Canon. O primeiro é que o mercado de câmeras fotográficas foi fortemente abalado no mundo inteiro pela concorrência com os telefones celulares. O segundo é que as grandes empresas temem que o Brasil não esteja preparado para receber grandes investimentos.

“O nosso sistema tributário é complicado, a nossa insegurança jurídica é grande e nós temos feito tudo errado ao longo do tempo, isso não é de agora. Só que agora, empresas grandes estão repensando seus investimentos no Brasil e, além de não virem novas, estão saindo algumas que estavam aqui. Eu lamento tudo isso. O Brasil precisa reencontrar seu caminho, simplificar o sistema tributário, garantir segurança jurídica para todos, principalmente para as empresas de tal forma que a gente possa ser atrativo para novos investimentos, não ficar expulsando investimentos que já estão por aqui, que é o que nós temos feito ultimamente”, criticou Serafim Corrêa.

O lamento em tom de crítica também foi feito pelo deputado Dermilson Chagas (Pode). “Nós temos de lamentar muito o fechamento de mais uma indústria no Polo Industrial de Manaus”, disse Dermilson Chagas, referindo-se à Sony, que fechou a sua fábrica de Manaus em setembro do ano passado, e à LG Electronics, que, em abril deste ano, encerrou sua planta de produção de celulares.

Dermilson Chagas apontou que o Amazonas perde de várias maneiras com a saída da empresa japonesa da ZFM, principalmente com a atração de investimentos, e que perde também Processos Produtivos Básicos (PPBs) e postos de trabalho e outros recursos.

“Muitos postos de trabalho se perdem com o fechamento dessas empresas, mas não é somente isso que perdemos. Além de perda de empregos diretos e indiretos, teremos queda na produção, queda no PIB do Amazonas, perda de arrecadação e tudo isso traz um desestímulo para os investidores”, frisou Chagas.

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Da Redação com informações das assessorias

Foto: Divulgação

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