O deputado bolsonarista Diego Garcia (Podemos-PR) agrediu o colega Paulo Teixeira (PT-SP), nesta terça-feira, 18/5, durante uma reunião da comissão especial que debatia o uso medicinal de cannabis.
Ao ter um requerimento negado por Teixeira, que é presidente da comissão, Garcia foi em direção do petista, puxou o seu computador, deu um tapa no peito do colega e o empurrou.
O bolsonarista havia defendido o adiamento da discussão na comissão.
Intervenção – Parlamentares tiveram de intervir para que a reunião pudesse ser retomada. “Esse deputado chegou aqui na frente e me deu um murro no peito”, afirmou Teixeira. Garcia então gritou, negando a agressão. “Você me empurrou”, insistiu o petista, dizendo que iria pedir a gravação da reunião. “Não teve violência”, respondeu o deputado do Podemos.
O primeiro-vice-presidente da Câmara, Marcelo Ramos (PL-AM), criticou o episódio. “Xingamentos, agressões e ameaças não combinam com a atividade parlamentar. Não vamos permitir que a prática da intolerância e da violência se vulgarize no Parlamento. É hora de dar um basta antes que aconteça algo mais grave. Minha solidariedade ao deputado Paulo Teixeira”, declarou Ramos. A sessão foi retomada.
PL – A matéria em discussão é o PL 399/2015, que torna possível a comercialização de medicamentos que tenham a Cannabis em sua composição.
Estudos indicam que os derivados da planta podem ser utilizados no tratamento de doenças como Alzheimer, Parkinson, glaucoma, depressão, autismo e epilepsia. Além disso, já existem evidências conclusivas da eficácia dos canabinoides contra dores crônicas.
No tratamento de câncer, apresentando efeitos antitumoral e também contra enjoos causados pela quimioterapia e no tratamento da espasticidade causada pela esclerose múltipla.
Opinião – Durante os debates, o deputado Capitão Alberto Neto (Republicanos-AM), disse que a proposta iria facilitar o acesso da maconha no país. O que deixou muitos defensores, familiares e políticos, para o plantio de forma medicinal da Cannabis, revoltados, e afirmaram que o deputado não havia estudado o Projeto de Lei.
“Vai abrir portas, sim, para o plantio desenfreado e para a criação de uma indústria da agrocanabis e a maconha vai chegar com mais facilidade ainda nas nossas famílias”, afirmou o deputado Alberto Neto.
O projeto determina que o cultivo de Cannabis para fins medicinais será feito exclusivamente por pessoa jurídica, “previamente autorizada pelo poder público”. As sementes ou mudas usadas deverão ter certificação e só poderá ser feito o cultivo em local fechado, como uma estufa ou outra estrutura adequada ao plantio.
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Foto e vídeo: Divulgação