O senador Plinio Valério (PSDB) foi o entrevistado desta quinta-feira, 29/4, do Portal O Convergente. Durante live realizada no Facebook com a apresentadora e pesquisadora Erica Lima, o senador afirmou que o momento não é o mais adequado para a realização da CPI da Covid, que a grande mídia tenta pautar o debate, mas que confia na atuação dos senadores que compõem a CPI no Senado Federal e na boa condução dela feita pelo senador Omar Aziz (PSD).
Mesmo não sendo membro da comissão, o senador participa dos debates e opina que o momento não é o mais favorável para a realização dela. “Não gosto de CPI desta forma. A CPI precisa ser isenta e tenho dúvidas quanto a isso da forma com que os membros foram escolhidos. Apesar disso, confio na condução do senador Omar e no comprometimento dos membros dela”, afirmou.
Para o senador, a CPI da Covid precisa ter um foco e não pode se deixar levar por imposições da grande mídia, como Globo ou CNN, por exemplo, e se comportar como contra ou a favor do Governo Federal.
“A CPI inicia com um processo jurídico, o Governo Federal é contra. Eu não gosto disso. Eu só estou dizendo que essa visão que os órgãos de comunicação fazem, essa divisão de ser a favor ou ser oposição não é legal. Acredito nos senadores que estão lá, de que conseguirão realizar um bom trabalho sem deixar que Globo ou CNN pautem a comissão. Se eles se deixarem ser levados por aí o negócio escapa, mas eu confio muito na presidência do Omar. Eu sei que ele vai levar isso muito bem”, opinou.
O senador, mesmo se opondo a instalação da CPI da Covid da forma com que foi feita, disse ter mantido a assinatura para que ela fosse levada adiante e justificou seu posicionamento afirmando que a comissão deveria ser mais abrangente. Já sobre o envolvimento de outros parlamentares nas investigações, o senador Plínio diz que vai esperar as primeiras avaliações e depoimentos para então se manifestar.
“Eu acho que tem que começar realmente pelos eixos. Ministros. Todos eles têm que dizer o que fizeram e o que deixaram de fazer. Espero também que os governadores sejam chamados, essa é a minha esperança. No teor da CPI, um pedido determinante, é a investigação da falta de oxigênio no Amazonas. O Amazonas vai ser investigado e, inevitavelmente o nosso governador vai ter que ser ouvido na CPI”, disse.
Bancada do Amazonas – Na entrevista, o senador também comentou que os bastidores do Senado Federal estão agitados e que ainda não conseguiu conversar com os dois representantes da bancada do Amazonas na CPI, os senadores Omar Aziz e Eduardo Braga. Segundo Plínio, após as ações iniciais ele pretende conversar com os parlamentares e, mesmo não sendo da comissão, opinar sobre os trabalhos.
“Quero ver primeiro o movimento. O Mandetta vai ser ouvido, outros ex-ministros também. Quero ver esses detalhes para depois, mesmo a gente sendo de fora, começar a opinar com mais propriedade. O senador Omar já está com 254 requerimentos na mesa, está sendo bombardeado, procurando conviver com a mídia, mas certamente nós ainda vamos conversar”, afirmou.
Zona Franca de Manaus – Durante a live, o senador Plínio Valério falou também sobre a medida arbitrária adotada pelo secretário-executivo do Ministério da Economia, Carlos da Costa durante a última reunião do Conselho de Administração da Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa), quando o representante do ministério retirou de pauta o projeto em que a Empresa LG Electronics do Brasil Ltda pedia autorização para produzir microcomputadores portáteis e monitores de vídeo com tela de LCD, com previsão de investimento de R$ 325 milhões e com geração de emprego e renda.
“Eles estão sempre querendo tirar as vantagens competitivas da Zona Franca de Manaus. O último golpe que a gente sofreu foi na Reunião do CAS. O representante do ministro Paulo Guedes, o Carlos da Costa retirou de pauta um projeto que já estava previamente aprovado, acordado, discutido a exaustão. Ele não podia fazer aquilo, mas fez de forma truculenta. Queremos esclarecer: O Governo Federal é contra a Zona Franca de Manaus?”, indagou.
O senador afirmou que protestou junto ao ministro da Economia e cobrou retratação por parte do Governo Federal. “Já protestei junto ao ministro Paulo Guedes pedindo que libere esse projeto para que seja aprovado o quanto antes. E que respeitem o direito que nós temos constitucional, o Amazonas tem direito tanto quanto o São Paulo de expandir seu parque. É uma briga, a causa é justa. A LG vai se instalar no Amazonas sim, mais cedo ou mais tarde vai”, finalizou.
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Da Redação
Foto: Divulgação