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quinta-feira, novembro 21, 2024

Cúpula do clima: entenda o que é esse encontro de interesse das grandes potencias do mundo

Reunião de líderes mundiais quer estabelecer novos compromissos para a redução das emissões de carbono. Quarenta líderes mundiais foram convidados a participar da cúpula, entre eles os presidentes da China e da Rússia, Xi Jinping e Vladimir Putin, cujas nações estão entre os maiores emissores de CO2 do mundo

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A partir desta quinta-feira, 22/4, líderes mundiais de alguns dos principais países do mundo estarão reunidos na Cúpula de Líderes sobre o Clima. O evento, que será realizado virtualmente em razão da pandemia de Covid-19, foi convocado pelo presidente americano, Joe Biden, com o objetivo de discutir a necessidade de novas metas para a redução das emissões de carbono no mundo.

Quarenta líderes mundiais foram convidados a participar da cúpula e, entre os que confirmaram presença, estão os presidentes da China e da Rússia, Xi Jinping e Vladimir Putin, e o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, cujas nações estão entre os maiores emissores de CO2 do mundo. Além das nações poluidoras, foram convidados também líderes de nações que já são diretamente afetadas pelas mudanças climáticas, como Bangladesh, Jamaica e Quênia.

O Brasil está entre os convidados e será representado pelo presidente Jair Bolsonaro, que confirmou presença no evento. Às vésperas da cúpula, o presidente enviou uma carta escrita em primeira pessoa a Biden, enaltecendo sua gestão na área ambiental e afirmando que o País merece ser pago pelos resultados alcançados no que diz respeito a redução da emissão de gases estufa, preservação de áreas nativas e matriz elétrica limpa.

“Inspira-nos a crença de que o Brasil merece ser justamente remunerado pelos serviços ambientais que seus cidadãos têm prestado ao planeta”, escreveu Bolsonaro.

Além da agenda ambiental, o evento também cumpre uma função política para os Estados Unidos, que tenta retomar o protagonismo em temas internacionais após os anos de confronto de Donald Trump com o multilateralismo.

Objetivo – O encontro busca encorajar os países a firmarem compromissos mais arrojados no combate às emissões de carbono para manter viável a meta estabelecida pelo Acordo de Paris, ou seja, impedir que a temperatura média mundial suba 1,5º C acima dos níveis pré-industriais. Desde o acordo, as emissões no mundo apenas aumentaram.

O próprio Acordo de Paris convoca os países a revisitar as suas Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs, na sigla em inglês), que são voluntárias, a cada 5 anos. Isso deveria ter acontecido em 2020, com líderes mundiais anunciando metas mais ambiciosas para 2030 durante a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 26), que seria realizada em Glasgow. O evento, contudo, foi remarcado para novembro deste ano razão da pandemia.

A expectativa é que os Estados Unidos anunciem seu novo NDC durante o evento, para coincidir com o Dia da Terra. Quanto às outras nações, a situação é variável. A União Europeia e o Reino Unido, por exemplo, já apresentaram novos NDCs antes da cúpula e chegam ao evento sem pretensões de assumir novos compromissos. No caso do bloco, os países membros chegaram ao acordo de estabelecer por lei o compromisso do tornarem-se neutros para o clima até 2050 e de reduzirem as emissões de gases do efeito estufa em pelo menos 55% até 2030.

A maioria dos países, contudo, ainda não apresentou os NDCs, o que pode resultar na adesão de novas metas por parte deles. Certamente China e Índia, dois dos maiores emissores de CO2 do mundo e que estarão presentes na cúpula, devem atrair a atenção neste sentido.

Promessas – No ano passado, a China anunciou que o país visa a neutralidade de carbono – o que significa que a quantidade de carbono removido da atmosfera é igual ou superior à emitida – até 2060. Pequim também prometeu atingir o pico de emissões de dióxido de carbono antes de 2030 e ter 25 por cento de seu consumo total de energia vindo de fontes renováveis até 2030. No entanto, a China ainda não apresentou formalmente seu novo NDC.

A União Europeia, terceiro maior emissor do mundo atrás de China e EUA, enviou seus NDCs atualizados à ONU. Eles estabelecem uma meta de redução das emissões em 55% de seu nível de 1990 até 2030, valor que está acima da meta original, que era de 40%. Como os Estados Unidos, pretende ser neutro em carbono até 2050. Os especialistas apontam que mesmo com a atualização, a UE e a China não estão no caminho certo para evitar o aquecimento de 1,5 ° C.

Em seus NDCs originais, a Índia – o quarto maior emissor – prometeu ter fontes de energia renováveis responsáveis por 40% de sua geração total de eletricidade até 2030 e aumentar significativamente a cobertura florestal. Também visa reduzir suas emissões por unidade de Produto Interno Bruto (PIB), uma proporção conhecida como intensidade de emissões, de 33 a 35 por cento em relação ao seu nível de 2005. Nova Delhi, porém, ainda não enviou uma meta atualizada.

Os EUA estão atrás apenas da China no que diz respeito às emissões. Biden reinseriu o país ao Acordo de Paris, onde a meta original era reduzir os gases estufa de 26% a 28% em relação ao nível de 2005 até 2050. As autoridades americanas estão considerando cortar as emissões para o dobro até 2030 como parte de seus novos NDCs. Biden também prometeu trabalhar para tornar os Estados Unidos neutros em carbono até 2050.

Participantes – Quarenta líderes mundiais foram convidados por Biden para a cúpula. Entre eles estão os presidentes e primeiros-ministros dos países que compõem o Fórum das Grandes Economias sobre Energia e Clima, que reúne 17 nações responsáveis por aproximadamente 80% das emissões de carbono e do PIB global.

Também foram convidados chefes de outros países que estão demonstrando forte liderança climática, são especialmente vulneráveis aos impactos do clima ou estão traçando caminhos inovadores. Um pequeno número de líderes empresariais e da sociedade civil também participará da cúpula.

Foram convidados:

Gaston Browne, premiê de Antigua and Barbuda

Alberto Fernandez, presidente da Argentina

Scott Morrison, premiê da Austrália

Sheikh Hasina, premiê de Bangladesh

Lotay Tshering, premiê do Butão

Jair Bolsonaro, presidente do Brasil

Justin Trudeau, premiê do Canadá

Sebastián Piñera, presidente do Chile

Xi Jinping, presidente da China

Iván Duque Márquez, presidente da Colômbia

Félix Tshisekedi, presidente da República Democrática do Congo

Mette Frederiksen, premiê da Dinamarca

Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia

Charles Michel, presidente do Conselho Europeu

Emmanuel Macron, presidente da França

Ali Bongo Ondimba, presidente do Gabão

Angela Merkel, chanceler da Alemanha

Narendra Modi, premiê da Índia

Joko Widodo, presidente da Indonésia

Benjamin Netanyahu, premiê de Israel

Mario Draghi, premiê da Itália

Andrew Holness, premiê da Jamaica

Yoshihide Suga, premiê do Japão

Uhuru Kenyatta, presidente do Quênia

David Kabua, presidente das Ilhas Marshall

Andrés Manuel López Obrador, presidente do México

Jacinda Ardern, premiê da Nova Zelândia

Muhammadu Buhari, presidente da Nigéria

Erna Solberg, premiê da Noruega

Andrzej Duda, presidente da Polônia

Moon Jae-in, presidente da Coreia do Sul

Vladimir Putin, presidente da Rússia

Salman bin Abdulaziz Al Saud, rei da Arábia Saudita

Lee Hsien Loong, premiê de Cingapura

Matamela Cyril Ramaphosa, presidente da África do Sul

Pedro Sánchez, premiê da Espanha

Recep Tayyip Erdogan, presidente da Turquia

Sheikh Khalifa bin Zayed Al Nahyan, presidente dos Emirados Árabes Unidos

Boris Johnson, premiê do Reino Unido

Nguyen Phú Trong, presidente do Vietnã

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Com informações de O Estado de S.Paulo

Foto: Divulgação

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