O diplomata norte-americano John Sullivan anunciou nesta terça-feira, 20/4, que voltará aos EUA para falar diretamente com a equipe do presidente Joe Biden sobre o atual estado das relações bilaterais entre o país e a Rússia. A decisão foi tomada quatro dias depois de a Rússia anunciar a expulsão de 10 diplomatas norte-americanos.
“Acredito que seja importante para mim falar diretamente com meus novos colegas no governo Biden em Washington”, declarou Sullivan em comunicado divulgado pela embaixada. Segundo o diplomata, ele voltará a Moscou nas próximas semanas, antes de qualquer reunião entre os presidentes Biden e Putin.
A relação entre os dois países tem se deteriorado nas últimas semanas. Na quinta-feira da semana passada, dia 15, os Estados Unidos aplicaram sanções adicionais contra a Rússia que incluíram a expulsão de 10 diplomatas russos do país. Além disso, Biden também impôs sanções a empresas russas de tecnologia e a 32 pessoas por supostamente interferir na eleição com campanhas de desinformação. No dia seguinte, Putin respondeu na mesma moeda.
“Dez diplomatas foram incluídos na lista que nos foi entregue com o pedido de saída dos Estados Unidos. Vamos responder a essa medida reciprocamente e pediremos a 10 diplomatas norte-americanos na Rússia que deixem nosso país”, disse o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Serguei Lavrov.
A ação foi uma resposta à suposta interferência eleitoral ocorrida em 2020 e a um ataque cibernético a agências federais norte-americanas atribuído aos russos.
Em março, Joe Biden chamou o líder russo de “assassino” em entrevista à rede de televisão ABC News, e afirmou que ele “pagará o preço” por interferir nas eleições norte-americanas. A situação do conflito na Ucrânia e a saúde de Alexei Navalny, opositor russo que está preso, ajudaram a agravar as tensões bilaterais entre os países.
Na semana passada, Biden ligou para Putin e sugeriu um encontro entre os dois para os próximos meses, em um país neutro. Um comunicado da Casa Branca disse que Biden “expressou preocupações sobre o súbito aumento militar russo na Crimeia ocupada e nas fronteiras da Ucrânia, e pediu à Rússia que diminuísse as tensões”. O Kremlin não confirmou se o encontro acontecerá.
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