O anúncio da antecipação da aposentadoria de Luís Roberto Barroso de ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) deu início às articulações para que candidatos à vaga busquem se viabilizar perante o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e sua equipe.
O ministro-chefe da AGU (Advocacia-Geral da União), Jorge Messias, é considerado, neste momento, o favorito do presidente para a vaga. A percepção no governo e em tribunais superiores é de que Messias “colocou o bloco na rua” há mais tempo – em referência ao ministro já ter sido cotado ao posto no passado.
Apesar de a indicação ser uma atribuição exclusiva do presidente, a mobilização passa também pelos ministros do tribunal, que serão colegas do escolhido por Lula pelos próximos anos.
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Nesse contexto, há uma avaliação positiva entre os magistrados em relação ao nome do senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG). Advogado de formação, Pacheco manteve ligação próxima com ministros do STF no período em que presidiu o Congresso Nacional.
Em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo, em agosto deste ano, o ministro Gilmar Mendes, decano do tribunal, defendeu a indicação de Pacheco. “A Corte precisa de pessoas corajosas e preparadas juridicamente”, disse o ministro.
“E o senador Pacheco é o nosso candidato. O STF é jogo para adultos”, seguiu, dando a entender que outros ministros também apoiam o nome do parlamentar para integrar o tribunal. O senador também conta com a simpatia de Alexandre de Moraes.
Gilmar Mendes e Alexandre de Moraes tiveram influência na escolha do ministro Flávio Dino e do procurador-geral da República, Paulo Gonet, no final de 2023. Pacheco também conta com o apoio de Davi Alcolumbre (União-AP), presidente do Congresso, e sua indicação representaria um gesto ao Legislativo.
Auxiliares de Lula acreditam que o presidente não definirá tão rapidamente o nome do ministro que entrará na vaga aberta com a aposentadoria de Barroso. Em primeiro lugar, porque o ministro segue na Corte pelo menos até sexta-feira da próxima semana.
Em respeito e deferência a Barroso, as deliberações no governo sobre o sucessor de sua cadeira devem começar somente após a formalização de sua saída do tribunal. Há ainda uma percepção de que a definição passa por uma análise do cenário político.
Lula defende que Pacheco seja candidato ao governo de Minas Gerais. “Eu tenho certeza que vamos ganhar o estado de Minas Gerais com o Pacheco, ele sabe disso. É só ele se dispor a ser candidato. Se ele for candidato, será o futuro governador de Minas Gerais. Espero que, dentro de poucos dias, a gente tenha essa definição”, declarou Lula em agosto.
Com 13%, o senador aparece em terceiro lugar nas intenções de voto para governador, de acordo com a pesquisa Real Time Big Data. Em primeiro lugar aparece o senador Cleitinho (Republicanos) e, em segundo, o ex-prefeito Alexandre Kalil (sem partido).
Fonte: CNN