O senador Omar Aziz (PSD-AM) se manifestou nesta terça-feira, 16, contra a operação da Polícia Federal que resultou na explosão de balsas de garimpo nos municípios de Humaitá e Manicoré, no sul do Amazonas. O parlamentar afirmou que a ação prejudicou famílias ribeirinhas que vivem do extrativismo e dependem dessa atividade para sustentar seus lares, sem que o Estado ofereça alternativas reais.
O tema foi levado ao Senado por Omar Aziz, que questionou o motivo da PF não prender nenhum narcotraficante durante as diligências ou outros envolvidos.
“Ontem mesmo tomei a iniciativa de questionar o porquê dessa operação. O mais engraçado de tudo é que dizem que não prenderam absolutamente ninguém. Só destruíram, poluíram e prejudicaram. E tem pessoas que moram nessas embarcações, que não têm outra moradia”, afirmou.
“Parecia Gaza as explosões. Helicóptero sobrevoando, explodindo, pirotecnia pura”, lembrou Omar Aziz.
Omar Aziz também questionou a legalidade da decisão judicial que autorizou a destruição das balsas e pediu esclarecimentos da PF. O senador destacou que há diferenças entre o garimpo artesanal e o garimpo em grande escala, e que não se pode equiparar famílias pobres a organizações criminosas.
“Quando você fala numa bitola de seis polegadas, é extrativismo. Quando você fala numa bitola de 30, 40 polegadas, aí sim é outra coisa. Eu quero saber: quem foi o traficante preso nessa operação? Ninguém. Vocês prejudicaram pessoas pobres, pessoas humildes, no Rio Madeira inteiro”, disse.
Regulamentação
Em publicação nas redes sociais, Aziz também defendeu a necessidade de regulamentação justa para o garimpo de pequeno porte e políticas públicas que conciliem preservação ambiental e desenvolvimento socioeconômico.
“São homens e mulheres que não podem ser tratados como criminosos, mas que precisam de políticas públicas sérias e de uma regulamentação justa para exercer seu trabalho de forma digna e sustentável. Defendo o combate ao crime organizado, e assim o faço desde que era governador do Amazonas, mas é inaceitável que comunidades sejam penalizadas sem que o Estado ofereça alternativas reais”, escreveu.
Privatização
O senador também criticou a tentativa de avançar com a privatização da hidrovia do Madeira, afirmando que não há ambiente político para isso. “Não vão privatizar o Rio Madeira nunca. Sabe por que? Porque isso é querer utilizar recursos do governo federal para dar para iniciativa privada, para achar que nós somos imbecis”, disparou.
“O que não podemos permitir é que todos sejam tratados da mesma forma, como se aquelas pessoas humildes do rio Madeira, principalmente do município de Humaitá, Manicoré, Novo Aripuanã, Borba e Nova Olinda, fossem criminosos”, ponderou Omar Aziz.