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terça-feira, setembro 16, 2025

Políticos do Amazonas apontam “excessos” em operação da PF contra garimpo no interior

Moradores de Humaitá relataram que a cidade viveu uma 'zona de guerra' durante a operação da PF contra o garimpo

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A operação da Polícia Federal (PF) contra o garimpo ilegal realizada nesta segunda-feira (15) em Humaitá (AM) gerou forte reação entre lideranças políticas do estado. Parlamentares federais e estaduais se manifestaram em defesa da população ribeirinha e criticaram a forma como a ação foi conduzida.

Conforme noticiou O Convergente, moradores de Humaitá relataram que a cidade viveu uma ‘zona de guerra’ durante a operação da PF. Segundo os moradores, os agentes atacaram civis com spray de pimenta, bala de borracha e bombas de gás lacrimogêneo.

O presidente da Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam), Roberto Cidade (UB), afirmou que as cenas registradas em Humaitá e Manicoré “pareciam de guerra”. “Nós não estamos num campo de guerra. As cenas em Humaitá e Manicoré chocam e não podem ser tratadas como algo normal! Protocolos existem, mas antes deles vêm as famílias, vêm as vidas. O caminho não é a truculência, é o diálogo”, pontuou. Ele ainda se colocou à disposição para intermediar soluções.

Na mesma linha, o deputado federal Capitão Alberto Neto (PL) destacou, em suas redes sociais, que o combate ao garimpo ilegal é necessário, mas não pode ocorrer às custas da dignidade da população. “Não podemos fechar os olhos, o combate ao garimpo ilegal precisa existir, mas não às custas da dignidade e sobrevivência do povo. Segurança e proteção ambiental devem caminhar lado a lado com respeito às pessoas que vivem na região”, afirmou.

O deputado federal Silas Câmara (Republicanos) classificou a operação como um “ato criminoso”, afirmando que ela trouxe “dor e sofrimento” às famílias da região. “Esse ato criminoso trouxe dor e sofrimento para inúmeras famílias, além de colocar em risco a segurança da população local. É inaceitável que ações como essa ocorram sem respeito à vida e ao trabalho”, declarou.

A deputada estadual Débora Menezes (PL) disse que as imagens enviadas por moradores mostravam uma ação “desrespeitosa com as famílias que dependem da atividade para sobreviver”.

O senador Eduardo Braga (MDB) disse apoiar o combate ao garimpo ilegal, mas criticou o que considerou “medidas desproporcionais, sem considerar os impactos sociais sobre trabalhadores da região”.

O que diz a PF?

O Convergente solicitou uma nota da Polícia Federal sobre o relato dos moradores, mas não obteve retorno.

Após a operação, a PF fez um balanço sobre a operação, alegando que a operação foi realizada no leito do Rio Madeira, entre os municípios de Humaitá e Manicoré, com participação de equipes da PF, Polícia Rodoviária Federal e Força Nacional de Segurança Pública.

Leia mais: Civis em Humaitá relatam caos e medo durante ação da PF contra garimpo: “Ninguém aguenta mais”

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