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sexta-feira, setembro 5, 2025

Prefeitura de Parintins é alvo do MP por contratar empresa criada 4 dias antes de licitação

O MPAM abriu um Procedimento Preparatório para investigar o caso

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A Prefeitura de Parintins (a 369 quilômetros de Manaus), sob a gestão de Mateus Assayag (PSD), virou alvo do Ministério Público do Estado do Amazonas (MP-AM) por supostas irregularidades na contratação direta da empresa J E D Gestão de Projetos Municipais Ltda, que teria sido criada apenas quatro dias antes da publicação do termo de referência que culminou na dispensa de licitação nº 01/2025.

O MPAM abriu um Procedimento Preparatório para investigar o caso. Segundo o órgão ministerial, a empresa havia sido registrada no Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas (CNPJ) na data de 08/01/2025, quatro dias antes da publicação do termo de referência e menos de um mês antes da sua efetiva contratação.

Segundo o documento, o MPAM considerou o fim do prazo da Notícia de Fato e que a documentação até então apresentada pela prefeitura é insuficiente para o esclarecimento dos fatos.

A promotora de Justiça Marina Campos Maciel determinou a instauração imediata do procedimento, com registro no sistema eletrônico MPVirtual, e designou o servidor Charles Sanches Medeiros para secretariar a investigação.

Entre as diligências iniciais, o MP solicitou que a Comissão de Licitação da Prefeitura de Parintins esclareça, no prazo de 10 dias úteis:

  • a base de cálculo utilizada para justificar a contratação acima do limite legal;

  • a situação da execução do contrato, incluindo pagamentos, cronogramas e relatórios de serviços prestados;

  • eventual rescisão parcial ou total do contrato, se houver.

Além disso, a empresa contratada terá o mesmo prazo para comprovar sua qualificação técnica, enviar portfólio, atestados de capacidade técnica e relatório detalhado sobre a execução dos serviços contratados.

O MP esclareceu que a investigação é preventiva e se baseia na necessidade de garantir a legalidade e a transparência nos atos administrativos, conforme previsto na Constituição Federal e na legislação estadual.

Relembre o caso

Em maio deste ano, o portal O Convergente mostrou que a empresa J E D Gestão de Projetos Municipais Ltda., contratada pela Prefeitura de Parintins por R$ 60 mil, foi fundada em janeiro de 2025, ou seja, um mês antes da assinatura do contrato, ocorrido em 18 de fevereiro de 2025.

A empresa tem sede em Brasília (DF) e, segundo dados da Receita Federal, tem como atividade principal a consultoria em gestão empresarial, não necessariamente voltada à área técnica de convênios federais. Com capital social de R$ 100 mil, a empresa é administrada por Beatriz Ferreira da Cruz.

No mês de julho, o Tribunal de Contas do Estado do Amazonas (TCE-AM) chegou a conceder prazo de cinco dias úteis para que o prefeito de Parintins, Mateus Assayag, se manifeste oficialmente a respeito do caso, após denúncia apontar irregularidades na contratação da empresa. A decisão monocrática foi do conselheiro-relator Luis Fabian Barbosa e foi publicada no Diário Eletrônico da Corte de Contas.

A medida ocorre no âmbito de uma representação formulada pela ex-vereadora e ex-candidata a prefeita de Parintins, Brena Dianná (União Brasil). O documento pede a anulação do contrato, além da concessão de tutela cautelar para suspensão imediata dos efeitos do ato administrativo.

Mais casos

Vale destacar que a Prefeitura de Parintins já foi alvo de outras denúncias nos órgãos de controle na primeira gestão de Mateus Assayag. Em março deste ano, o TCE-AM chegou a determinar a suspensão de um processo licitatório relacionado à construção de um ginásio cultural e esportivo na Avenida das Nações na cidade.

Na ocasião, a medida foi motivada por suspeitas de irregularidades no certame, que levaram à paralisação temporária do contrato até o fim das investigações.

Outro lado

O Convergente entrou em contato com a Prefeitura de Parintins para solicitar um posicionamento e aguarda retorno sobre o caso.

Confira o documento:

DIARIO OFICIAL MPAM PARINTINS

Por: Bruno Pacheco
Ilustração: Gabriel Torres
Revisão Jurídica: Letícia Barbosa

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