As informações obtidas pelo jornal Metrópoles via Lei de Acesso à Informação revelam que a ponte sobre o Rio Autaz-Mirim, na BR-319, no Amazonas, foi classificada como “boa” pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) apenas um ano antes de seu desabamento, ocorrido em novembro de 2022.
A vistoria, realizada em 22 de junho de 2021, atribuiu à estrutura a nota 4, conforme a Portaria nº 10/2024 do DNIT. Esse patamar indica que a ponte apresentava “alguns danos, mas não há sinais de que estejam gerando insuficiência estrutural”, sem necessidade imediata de reforma. No momento do colapso, a ponte já estava interditada, o que evitou vítimas fatais.
O caso ganha mais relevância quando comparado ao desabamento da ponte sobre o Rio Curuçá, na mesma rodovia, em setembro de 2022. Nessa ocorrência, que resultou na morte de cinco pessoas, a estrutura havia sido avaliada com nota 3 (“regular”), apontando alguma insuficiência estrutural, mas sem risco imediato à estabilidade.
As duas tragédias levantaram críticas sobre a frequência e a qualidade das inspeções do DNIT. Relatos indicam que o déficit de 45% no quadro de analistas técnicos pode ter comprometido a manutenção preventiva das pontes na região.