O presidente da Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam), deputado Roberto Cidade (União Brasil), saiu em defesa pública do deputado estadual Wanderley Monteiro (Avante), após o parlamentar ser alvo de uma ação interna do próprio partido. O motivo: a assinatura de Monteiro em apoio à criação da CPI do Asfalto, que busca que busca investigar o programa “Asfalta Manaus”, da Prefeitura de Manaus, sob gestão de David Almeida (Avante), aliado político de Monteiro.
Em discurso na tribuna da Aleam nesta terça-feira, 12, Roberto Cidade criticou duramente a postura do Avante e, indiretamente, do prefeito David Almeida, que teria deixado suas funções administrativas para intervir na questão partidária.
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“É lamentável que uma pessoa que já foi deputado estadual, que entende o funcionamento desta Casa, que cursou Direito, deixe de administrar a maior cidade do Norte do país para participar de uma reunião partidária de emergência com o objetivo de expulsar um deputado estadual apenas porque ele assinou uma CPI”, afirmou Cidade.
A CPI do Asfalta Manaus foi protocolada na semana passada e já gerou turbulência política dentro do Avante. Segundo Cidade, a reação antecipada demonstra receio por parte do Executivo municipal:
“Quer dizer que ninguém, aqui nesta Casa, pode assinar uma CPI — que ninguém sabe ainda se será contra o prefeito, pois nem foi aberta — e ele já está acusando o golpe antes mesmo de algo acontecer?”, questionou o presidente da Aleam.
Cidade também criticou o uso da expulsão partidária como ferramenta de coerção política e destacou que a medida poderia ter o efeito contrário: “A expulsão não resolve nada. Pelo contrário, só vai deixá-lo livre para ir para o partido que quiser, meu amigo.”
Em tom solidário, o presidente da Aleam reafirmou seu apoio pessoal e político a Wanderley Monteiro: “Quero dizer que você tem o total apoio deste amigo aqui, Roberto Cidade, que vai estar ao seu lado e não vai lhe abandonar.”
Entenda
Wanderley Monteiro foi um dos deputados que assinaram a CPI para investigar a destinação de recursos ao programa Asfalta Manaus. Com a assinatura de seu filiado, o diretório do Avante Amazonas iniciou, nessa segunda-feira, 11, um processo de expulsão do parlamentar, por “quebra de fidelidade partidária”.
Por outro lado, o deputado emitiu declaração pontuando que a assinatura de uma CPI não configura, sob nenhuma hipótese, ato de infidelidade partidária.