O mercado financeiro voltou a revisar para baixo suas projeções para a inflação de 2025. De acordo com o Boletim Focus, divulgado nesta segunda-feira (11) pelo Banco Central, a estimativa para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) recuou de 5,07% para 5,05%. É a 11ª semana consecutiva de queda nas expectativas, mas o indicador permanece acima do teto da meta oficial, que é de 4,5%.
Para 2026, a previsão de inflação também foi reduzida, passando de 4,43% para 4,41%. Já a estimativa para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) no próximo ano caiu de 2,23% para 2,21%, sugerindo ritmo mais lento da atividade econômica. O câmbio foi mantido em R$ 5,10 por dólar e a taxa Selic projetada para o fim de 2025 segue em 10,25% ao ano.
Fatores por trás da queda
Segundo analistas, o recuo nas projeções reflete a combinação de atividade econômica mais fraca, política monetária ainda restritiva e estabilidade recente nos preços das commodities e no câmbio. Apesar disso, o mercado vê risco de pressão inflacionária persistente, especialmente em serviços, e mantém atenção às incertezas fiscais.
Mesmo com a tendência de desaceleração, o IPCA projetado para 2025 está 0,55 ponto percentual acima do limite superior da meta. A manutenção de juros altos por mais tempo é vista como necessária para tentar trazer a inflação para dentro do intervalo de tolerância.
Próximos passos
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central se reúne nos dias 17 e 18 de setembro para definir a Selic. A expectativa predominante é de corte moderado de 0,25 ponto percentual, mantendo a estratégia gradual de flexibilização.