O transporte público de Manaus corre risco de parar a partir das 00h01 desta sexta-feira, 4 de julho. A greve geral por tempo indeterminado foi aprovada pelo Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Coletivos Urbanos e Rodoviários de Manaus e Região Metropolitana em assembleia realizada no último sábado, 28, como resposta à retirada de cobradores de diversas linhas de ônibus da capital.
Segundo a categoria, motoristas estão sendo obrigados a acumular também a função de cobrador, o que, segundo eles, compromete a segurança e a qualidade do serviço prestado à população.
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“Estamos cumprindo a lei de greve, cumprindo os prazos e notificando os interessados com antecedência além do previsto, como também, estamos à disposição para a negociação até a data prevista para a realização da greve geral”, diz nota do sindicato.
A paralisação será efetivada caso as empresas de ônibus insistam em ampliar a frota sem cobradores e continuem forçando motoristas a venderem cartões de passagem. A categoria exige do Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros do Estado do Amazonas (Sinetram) o remanejamento das linhas para garantir que, ao menos, 50% da frota continue circulando durante a greve, em uma tentativa de minimizar os impactos à população.
Milhares podem ser afetados
Caso o impasse não seja resolvido até sexta-feira, milhares de usuários do transporte público podem ser diretamente prejudicados. A capital, que depende fortemente dos ônibus urbanos para a locomoção de grande parte da população, deve enfrentar atrasos, superlotação em rotas alternativas e dificuldades de deslocamento.
A crise em torno da retirada de cobradores já havia provocado protestos no dia 14 de junho, quando um grupo de rodoviários ocupou a Câmara Municipal de Manaus (CMM), onde estava marcada uma audiência pública sobre o tema.
Durante a manifestação, os rodoviários denunciaram o “sumiço” do posto de cobrador em algumas empresas e relataram demissões de funcionários da função. Em muitas linhas, os motoristas passaram a realizar também a cobrança da tarifa.
Justiça suspende mudança na forma de pagamento
Em paralelo à ameaça de greve, a Justiça do Amazonas suspendeu mais uma vez a medida da Prefeitura de Manaus que previa o fim do pagamento em dinheiro nos ônibus da cidade. A decisão foi proferida nesta terça-feira, 2, pelo juiz Ronnie Frank Torres Stone, atendendo a um pedido do vereador Rodrigo Guedes (Progressistas).
De acordo com o magistrado, a prefeitura ignorou os impactos sociais da medida, como a extinção dos cobradores e a falta de um plano claro de comunicação com a população. “Faltou um cronograma de divulgação e esclarecimento para preparar a população manauara para a mudança na forma de aquisição e pagamento de passagens”, afirmou o juiz.
Outro lado
A reportagem entrou em contato com a Prefeitura de Manaus para saber um posicionamento do Executivo municipal sobre o caso e aguarda retorno.
