A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, foi novamente o centro de um embate acalorado no Congresso Nacional nesta quarta-feira, 2, durante audiência na Comissão de Agricultura da Câmara dos Deputados. A sessão, que tinha como objetivo discutir dados sobre queimadas e desmatamento na Amazônia, foi marcada por fortes críticas à postura da ministra, considerada por parlamentares como “desconectada da realidade” e “refém de ONGs internacionais”.
Um dos momentos mais duros veio do deputado Evair Vieira de Melo (PP-ES), que não poupou palavras ao criticar Marina. “A senhora tem dificuldades com o agronegócio porque nunca trabalhou, nunca produziu, não sabe o que é prosperidade construída pelo trabalho”, afirmou o parlamentar, que também classificou a ministra como “adestrada pela esquerda” e comparou seu discurso ao de grupos extremistas como Hamas.
Além de Evair Melo, o deputado Zé Trovão (PL-SC) foi outro que atacou a ministra, chamando-a de “vergonha como ministra”. “Nós trabalhamos de verdade. Vocês deixaram de servir o Norte e o Nordeste porque nunca tiveram responsabilidade. A senhora como ministra é uma vergonha”, declarou.
Ainda na sessão, Marina foi rebatida pelo presidente da Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural da Câmara dos Deputados, Rodolfo Nogueira (PL-PE), que chegou a questionou a veracidade dos dados apresentados pela ministra, sugerindo inconsistência nas informações repassadas pelo Ministério do Meio Ambiente sobre a relação entre a seca e os incêndios florestais em 2025.
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“Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará. Degradação da Amazônia cresce 482% em 2025”, rebateu Nogueira.
Na sessão, a ministra chegou também a citar passagens bíblicas e referências filosóficas para rebater as acusações. O tom, no entanto, não impediu a escalada das críticas. Após ser chamada de “mal-educada” e “adestrada”, Marina se defendeu:
“Fiz uma longa oração hoje de manhã. Pedi a Deus que me desse tranquilidade, porque sabia que, depois do que aconteceu no Senado, iriam tentar repetir a agressão. Mas Deus me ouviu. Estou em paz.”
Segunda polêmica em menos de um mês
O novo confronto ocorre menos de um mês após a ministra abandonar uma audiência no Senado, quando foi atacada verbalmente pelo senador Plínio Valério (PSDB-AM), que afirmou que ela “não merecia respeito”.
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O episódio marcou mais um capítulo de tensão entre Marina e parlamentares ligados ao agronegócio, que criticam sua postura em relação à BR-319, ao desenvolvimento econômico na Amazônia e à atuação do ministério em temas de infraestrutura.