Na Câmara Municipal de Manaus (CMM), nesta segunda-feira (17), o senador Eduardo Braga (MDB) garantiu que a BR-319 está transitável, citando como exemplo uma viagem de Manaus até Humaitá. A fala do senador ocorre ainda em um momento de dúvida sobre as ações do governo federal quanto à retomada das obras na rodovia.
O senador afirmou que, há alguns anos atrás, a rodovia estava intransitável, o que mudou durante o governo Lula, segundo ele.
“A BR-319 estava, há alguns anos atrás, totalmente intransitável […]. Agora, no governo do presidente Lula, e com o ministro Renan Filho, dos Transportes, se quiserem sair de Manaus às 6h, às 17h estamos em Humaitá, em pleno inverno amazônico. É óbvio que ainda não conseguimos fazer o que queremos, que é asfaltar a BR-319. Mas, nesse ano que passou, durante a estiagem, Manaus não ficou desabastecida de gasolina por causa da BR-319”, disse o senador.
Minutos após dar créditos ao governo Lula sobre o retorno do tráfego na BR-319, o senador afirmou que ainda é uma ‘luta constante’ para que a rodovia fique transitável por completo.
“Estamos em uma luta constante para que a BR-319 fique transitável e que possamos realizar o sonho de ter a BR-319 novamente asfaltada. Estamos há 25 anos brigando para voltar a ter o nosso direito de nos ligar ao Brasil e ao mundo”, completou.
A BR-319 tem 918 quilômetros de extensão e atravessa a Amazônia. As obras começaram em 1968, mas nunca foram concluídas e a rodovia foi fechada em 1988 devido ao abandono, falta de manutenção de trechos inaugurados e impasses.
No ano passado, o presidente Lula (PT) se comprometeu em reconstruir a BR-319, rodovia que liga o Amazonas ao restante do país. No entanto, mesmo com as promessas, até o momento, não foi definido quando o governo federal deve dar início às obras.
Além disso, outro ponto que dificulta o início das obras é o consenso entre as autoridades do Amazonas e a ministra Marina Silva, que já se posicionou contra a rodovia que, de acordo com ela, a retomada das obras pode influenciar no desmatamento.
Em 2022, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) emitiu uma licença prévia, assinada pelo Ibama, para retomar a pavimentação do chamado Trecho do Meio, o qual é o mais danificado da rodovia e o que corresponde à área com maior adensamento vegetal da BR.
No entanto, uma liminar da Justiça Federal do Amazonas suspendeu essa licença em razão de falta de medidas para evitar a destruição da floresta, em ação aberta pelo Observatório do Clima.
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