Os professores municipais retornaram à Câmara Municipal de Manaus (CMM), nesta segunda-feira (8), para protestar contra o reajuste salarial de R$ 30. Logo no início da sessão plenária, os vereadores Eduardo Alfaia (PMN) e Rodrigo Guedes (PP) protagonizaram uma discussão sobre a presença dos professores na Casa.
A discussão entre os vereadores começou após Rodrigo Guedes solicitar que o Sindicato dos Professores usasse a tribuna para se pronunciar sobre o Projeto de Lei que concede o reajuste de 1,25% à classe. Após a fala do parlamentar, o líder do prefeito na CMM Eduardo Alfaia criticou o pedido.
“Houve a sugestão do vereador Rodrigo Guedes para que o Sindicato se manifestasse. O Sindicato já veio aqui duas vezes, acho que vamos continuar enxugando gelo, a matéria não está na pauta hoje. Eles vão vir aqui, primeiro, esse movimento é claramente político, porque já foi dito a eles que o reajuste acontecerá em duas etapas, esse primeiro período será referente ao INPC, inclusive é da nossa LDO. Vamos dar ouvidos ao presidente do Sindicato, a alguma manifestação, as vezes são ofensivos conosco”, disse.
O vereador continuou com a fala e afirmou que a tribuna da CMM estaria sendo usada para palanque político do vereador de oposição e que o mesmo estaria tentando desgastar a imagem do prefeito de Manaus David Almeida (Avante).
“Abrir a tribuna da Câmara Municipal de Manaus, a revelia do regimento que não há essa possibilidade. É uma conduta, uma prática da presidência de Vossa Excelência, mas estamos constantemente aqui para usar a tribuna da CMM como palanque político. Quero lamentar essa postura e pedir que vossa excelência não acate o pedido do vereador Rodrigo Guedes porque isso é uma clara tentativa de desgastar a imagem do prefeito David Almeida”, pontou.
Ao finalizar o discurso, Eduardo Alfaia ainda questionou o motivo dos professores estarem na Câmara Municipal, uma vez que a Prefeitura de Manaus já havia informado sobre os reajustes. “O prefeito David e a secretaria de Educação já garantiu os dois reajustes esse ano para a educação. Agora, eles vão vir para cá para fazer o que? Enxugar gelo e desgastar os vereadores, principalmente que são da base do prefeito”, afirmou.
O presidente da CMM Caio André (UB) explicou que o Sindicato dos Professores já havia feito um pedido na semana passada para que a matéria entrasse em votação, nesta segunda-feira.
“Se o pedido tivesse vindo somente do vereador Rodrigo Guedes, o senhor estaria coberto de razão. Mas na verdade, o Sindicato apresentou um requerimento na sexta-feira (5) fazendo essa solicitação junto à presidência”, explicou o presidente sobre o pedido dos professores à CMM.
Ao solicitar a fala, o vereador Rodrigo Guedes pontuou que o líder do prefeito deveria respeitar os professores, uma vez que não faz isso. “Não sou eu que fico atacando os profissionais de educação. O vereador Eduardo Alfaia deveria respeitar os professores de Manaus, porque ele disse aqui nessa tribuna que os profissionais não querem 1,25%, deveriam abrir mão”, disse.
Após a fala dele, ambos discutiram e Rodrigo Guedes disparou: “Lave sua boca para falar de mim”. Os ânimos foram controlados após a interrupção do presidente da CMM e o parlamentar continuou com o discurso, onde classificou Eduardo Alfaia como funcionário do prefeito de Manaus.
“Não adianta falar que a prefeitura vai enviar o projeto de lei. Projeto de lei é papel, não é vídeo que aprova projeto de lei. O vereador Eduardo Alfaia, a secretária Dulce Almeida e o prefeito David tem que começar a respeitar os profissionais da educação, porque o vereador infelizmente se comporta como funcionário do prefeito David Almeida, comissionado ainda, porque concursado não é”, disparou.
Novamente, houve tumulto no plenário, desta vez com a manifestação dos professores. O presidente da CMM precisou interromper de novo. “Vossas excelências não podem manter a discussão entre vossas excelências. Se solicitam a questão de ordem por questão de uma ofensa e passa a ofender o outro vereador, o plenário vai ficar somente sob vossas excelências”, disse Caio André.
Ao se pronunciar novamente, o vereador Eduardo Alfaia criticou o posicionamento de Rodrigo Guedes e afirmou que o vereador é ofensivo com os parlamentares da base do prefeito.
“Nós estamos discutindo o sexo dos anjos nesta manhã, lamentavelmente […] O vereador Rodrigo é totalmente ofensivo conosco, ele acabou de me chamar de empregado do prefeito. Ele anda na tribuna, nos eventos, com o governador do Estado, ele participa dos eventos com o presidente da Assembleia Legislativa, e ele não tem a mesma coragem de cobrar deles o reajuste e o salário dos profissionais de educação do estado”, comentou.
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Por Camila Duarte
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