Um tema que tem causado bastante repercussão atualmente é a situação de motoristas de aplicativo de entrega. Muitos têm sido agredidos tanto fisicamente quanto verbalmente por moradores de condomínios ou apartamentos das classes A ou B. Casos deste tipo aconteceram em Manaus e em outros estados brasileiros.
Um dos motivos que motivaria tal ação seria o fato de esses moradores quererem que os profissionais de delivery subam até seus apartamentos para a realização da entrega. Com um período determinado e a quantidade elevada de entregas para realizar, sabemos, no entanto, que seria inviável que os motoristas subissem até os apartamentos.
Nossa equipe de reportagem do Portal O Convergente conseguiu contato com o Presidente da Associação dos Motoristas e Entregadores por Apps do Estado do Amazonas (AMEEAP-AM), Alexandre Matias, para sabermos não só como a associação se sente mediante esses casos, como também verificar a mobilização para criação de um projeto de lei sobre isso.
Segundo Alexandre: “Bom, exclusivamente, aqui em Manaus, estava vendo essas situações, em outros estados, nós temos a lei de defesa do entregador e motoristas de aplicativos, que são leis complementares, sendo respaldado pelos aplicativos, o cliente venha fazer a ele com a imagem dele ou usando termos pejorativos, o cliente fica bloqueado no aplicativo”.
Além disso, o presidente da Associação afirmou: “Nenhum aplicativo esclarece para os clientes que a entrega é até na portaria dele e não na porta do apartamento, todo endereço é colocado na frente do condomínio”.
Dessa maneira, com o atual cenário, mostra-se relevante e necessária a criação de um projeto de lei voltado a essa parte trabalhadora da população, uma vez que funcionaria, principalmente, não só para conscientizar a população, como o fato da necessidade de se buscar a entrega em frente ao condomínio, mas também para valorizar esse profissional que corre risco de vida para realizar entregas de delivery.
Segundo um entregador que preferiu não se identificar: “Sinceramente, é um descaso um dos casos da plataforma, um descaso dos clientes, estamos na rua aí praticamente 24 horas por dia para levar o sustento para nossa família e o que a gente recebe? Agressões, palavras de baixo calão, entre outras coisas que, às vezes, nem vale a pena ser citado aqui”.
Diante dessa situação, o presidente da Associação, ainda, ressaltou que já foi solicitado de dois vereadores a criação deste projeto de lei, há dois anos, porém, até o presente momento, não há novidades do processo.
Por Tatiana Nascimento
Revisora Vanessa Santos
Ilustração Marcus Reis