A Polícia Civil indiciou a ex-governadora de Roraima, Suely Campos, por um desvio de mais de R$ 8 milhões em empréstimos consignados de servidores do estado. Um inquérito policial foi enviado à Justiça. A informação foi divulgada na tarde de segunda-feira (29).
Ela foi indiciada por peculato, que ocorre quando há desvio ou apropriação, por parte de funcionário público, de um bem a que ele tenha acesso por causa do cargo que ocupa.
O valor é referente a oito parcelas descontadas em folha de pagamento e não repassadas à Caixa Econômica Federal, decorrentes de empréstimos consignados. Os desvios teriam ocorrido no período de 10 de maio a 10 de dezembro do ano de 2018, último ano de governo de Suely.
Inicialmente, as investigações eram realizadas pela Polícia Federal. No entanto, como a ex-governadora perdeu o foro privilegiado, o caso passou a ser analisado pela Justiça Comum.
A investigações foram feitas pela Delegacia de Repressão a Crimes contra a Administração Pública (Drcap) e Divisão Especial de Combate à Corrupção (Decor). Elas foram encerradas nesta segunda-feira.
“Embora a justificativa dada pela então governadora na época, juntamente com os secretários da Fazenda que ocuparam a pasta no citado período, tenha se pautado na crise financeira vivida pelo estado, com bloqueios judiciais inclusive, o fato é que o governo não poderia ter se apropriado e desviado dinheiro alheio”, disse Magnólia Soares, delegada titular da Drcap.
Segundo a Civil, ainda não houve a quitação total do débito junto à Caixa Econômica. O Tribunal de Contas do Estado (TCE) deve apurar a responsabilidade de prestação de contas da ex-governadora no período. “Houve o desconto do dinheiro dos servidores e o não repasse a quem de direito, o que resultou em prejuízo aos servidores, uma vez que não
tiveram a amortização do débito junto à instituição financeira e ficaram impedidos de realizarem novos empréstimos”, esclareceu Magnólia.
Carreira política
Suely campos foi a primeira mulher a governar Roraima. Ela foi eleita em 2014, após lançar a candidatura no lugar do marido, o ex-governador Neudo Campos, que foi barrado pela Lei da Ficha Limpa por condenação no ‘Escândalo dos Gafanhotos’. Desde então, foram muitas as polêmicas.
A suspeita de desvio de dinheiro no sistema prisional levantada em CPI motivou a entrada de um pedido de impeachment de Suely na Assembleia Legislativa de Roraima em junho de 2017.
Suely tentou se reeleger governadora nas eleições de 2018, mas foi derrotada ainda no primeiro turno da disputa. Ela obteve apenas 11,13% dos votos válidos (29,8 mil votos), ficando em terceiro lugar entre os votados.
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Por informações do G1
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