O governador Wilson Lima (PSC) chega à CPI da Covid, no Senado, nesta quinta-feira, 10/6, levando na bagagem crises e tensões causadas pela investigação quanto ao enfrentamento da pandemia no Estado, denúncias de superfaturamento na compra de respiradores, cheia história e ataques a ordem pública por criminosos no último final de semana.
Na CPI, Wilson Lima terá também a oportunidade de se defender amplamente das acusações que pesam contra o seu governo. Será a primeira vez que ele poderá falar, amplamente, sobre as crises que resultaram na criação da CPI da Covid no Senado.
Wilson Lima também enfrenta investigações no âmbito da Operação Sangria, deflagrada no último dia 2 pela Polícia Federal e que culminou nas prisões de seis pessoas, incluindo o secretário de Estado de Saúde do Amazonas (SES-AM), Marcellus Campêlo. A ação investiga a possível participação dos investigados em organização criminosa, fraude a licitação e desvio de recursos públicos destinados ao enfrentamento da Covid-19 no Estado.
CPI da Covid – O depoimento de Wilson Lima na CPI da Covid, no Senado, que estava marcado para o dia 29 de junho, foi antecipado para a esta quinta-feira, dia 10. A nova agenda dos depoimentos da Comissão foi divulgada na última quarta-feira, 2/6, pelo presidente da CPI da Covid, o senador Omar Aziz (PSD).
Além dele, os governadores do Pará, Distrito Federal, Tocantins, Santa Catarina, Roraima, Amapá, Rondônia e Piauí, e o ex-governador do Rio de Janeiro Wilson Witzel também irão prestar depoimentos na CPI.
Ataques criminosos – Nas últimas 72 horas, o Amazonas sofreu com ataques de integrantes de organizações criminosas. Os municípios de Manaus, Parintins, Careiro Castanho, Iranduba, Manacapuru, Carauari, Rio Preto da Eva e Caapiranga registraram ocorrências efetuadas pelos criminosos. Os ataques tiveram início na madrugada de domingo, 6/6, seguiram até a madrugada desta terça-feira, 8/6.
Até a manhã desta terça-feira, a Secretaria de Segurança Pública do Estado do Amazonas (SSP-AM) contabilizou 33 prisões; a apreensão de um menor, que seria olheiro dos bandidos; 32 veículos incendiados, entre eles ônibus do transporte coletivo e viaturas policiais. Uma ambulância do Samu foi roubada e depois queimada pelos bandidos. Além disso, sete agências bancárias foram depredadas e/ou incendiadas.
Oito prédios públicos atacados nas últimas 72h foram o Pronto Atendimento ao Cidadão (PAC) de Educandos, a Bola das Letras, Dom Pedro, a UBS 10, no bairro Nova Esperança, zona Centro-Oeste; o prédio do 24º Distrito Integrado de Polícia (DIP); o prédio da Associação de Moradores do Aleixo; e os terminais de ônibus de Petrópolis e da Cidade Nova.
Na capital, diante do cenário, os ônibus do transporte coletivo funcionaram com 30% da frota regular das 13h às 19h, de segunda-feira. As aulas presenciais, na rede pública estadual e municipal e na rede privada foram seguem suspensas. Órgãos da administração estadual funcionaram por trabalho remoto. Ainda na segunda-feira, a Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam) e a Câmara Municipal de Manaus (CMM) também suspenderam suas atividades presenciais.
Na noite de domingo, Wilson Lima formalizou o pedido ao Ministério da Justiça para o envio de homens da Força Nacional para o Amazonas. O Ministro da Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres, acatou o pedido do governador do Amazonas e irá enviar integrantes da Força Nacional para o Estado.
Anderson Torres fez o anúncio do envio das tropas na noite de segunda-feira, 7/6, por meio de uma rede social. “Atendendo à solicitação do governador do Amazonas, Wilson Lima, e visando ajudar no restabelecimento da paz e da ordem na capital do estado, acabo de autorizar o emprego da Força Nacional em Manaus”, publicou o ministro.
O reforço policial deve chegar ao Amazonas a partir desta quarta-feira, 9/6. De acordo com SSP-AM, o efetivo, que contará com 144 policiais civis e militares, ficará no Estado por 30 dias. O prazo pode ser prorrogado.
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Por Lana Honorato
Foto: Divulgação