A eleição do vereador Caio André como novo presidente da Câmara Municipal de Manaus (CMM), para o biênio 2023-2024, reforçou a perda do comando de David Reis (Avante) à frente do Parlamento Municipal, que dias antes da votação, tentou mudar o Regimento Interno e a Lei Orgânica do Município de Manaus (Loman) para continuar na Presidência, o que acabou soando como um “golpe” pelos demais parlamentares que se manifestaram contrários ao ato, que foram por diversas vezes à tribuna da CMM nos últimos dois meses combater a tal mudança.
A possível mudança às regras veio logo após o término das eleições deste ano, quando David Reis foi candidato a deputado federal e não venceu o pleito, em 2 de outubro. Essa tentativa de se “perpetuar” na Presidência causou ainda mais desgaste à imagem de David Reis.
Mas não só isso marcou a gestão “desastrosa” de David Reis à frente da CMM. “Escândalos” em procedimentos licitatórios, contratos para “atender” à Casa Legislativa, o não comparecimento a diversas sessões, e ainda o aluguel de picapes, a construção de um anexo à CMM e a compra de “kits-selfie, fizeram parte dessa gestão desastrosa de Reis, chegando inclusive a ser divulgados em rede nacional.
Entre as polêmicas que envolveram o nome de Reis e que causaram muita indignação popular, esteve a construção de um prédio anexo à CMM, que custaria cerca de R$ 32 milhões aos cofres da Casa, barrado na Justiça do Amazonas após ação judicial.
Neste mesmo período, David Reis queria contratar o aluguel de 41 picapes para os parlamentares, ao valor de R$ 8 mil mensal cada uma, o que seria um custo de quase R$ 4 milhões, caso a contratação não tivesse sido alvo de questionamentos dos parlamentares e da população de Manaus, o que levou Reis a cancelar o processo licitatório.
Cotão – Ao apagar das luzes, na última sessão de 2021, em dezembro, David Reis também aprovou o reajuste da Cota Para o Exercício Parlamentar (Ceap), o famoso cotão, que saltou de R$ 18 mil para R$ 33 mil, em uma “manobra”, que não respeitou o rito da Casa, segundo alguns parlamentares que entraram na Justiça para barrar o reajuste.
O valor ficou barrado e em abril foi autorizado pela Justiça do Amazonas a ser repassado o cotão aos parlamentares com o novo valor.
Contratos suspeitos – Outro ponto negativo na gestão de Reis ocorreu neste ano, quando o mesmo comprou 41 kits de câmeras fotográficas e acessórios, como: microfones e acessórios de audiovisual, que entrou na mira dos órgãos fiscalizadores do estado, sobre possível suspeita de superfaturamento.
Após a compra suspeita, que repercutiu negativamente na mídia nacional, foi parar no Tribunal de Contas do Estado (TCE-AM), por alguns itens estarem supostamente com preços acima dos praticados no mercado.
No mês de maio deste ano, mais um contrato formalizado entre a CMM e a empresa J. C. S. Comércio e Serviços de Energia Solar Ltda., também entrou na mira do TCE-AM, sob suspeita de irregularidades. O contrato, no valor de mais de R$ 5,1 milhões, foi denunciado ao TCE, por a empresa não ter capacidade técnica para implementar o sistema de painéis solares, uma vez que a empresa tem um patrimônio de R$ 60.000,00 (sessenta mil reais), e “dificilmente terá lastro financeiro para obtenção da vultosa quantidade de equipamentos” necessários para a instalação do sistema na CMM, apontava a denúncia.
Outras denúncias – Houve, ainda, na gestão de Reis, denúncias sobre funcionários fantasmas na CMM, falta de pagamento de rescisões trabalhistas e também descumprimento do Plano de Cargos, Carreiras e Remuneração (PCCR) dos servidores do Parlamento Municipal.
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Da Redação
Foto: Divulgação / Ilustração: Marcus Reis