O titular da Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai), coronel Reginaldo Ramos Machado, teria vindo a Manaus, no início da semana, para fazer uma visita ao Distrito Sanitário Especial Indígena de Manaus (Dsei Manaus). A visita, segundo fontes ligadas ao O Convergente e servidores do órgão, além de objetivos administrativos, teria como foco apurar denúncias relacionadas a gestão do enfermeiro Januário Cunha Neto a frente do órgão. Algumas delas relacionadas, inclusive, a matérias feitas pelo O Convergente.
A Sesai é responsável por coordenar e executar a Política Nacional de Atenção à Saúde dos Povos Indígenas e todo o processo de gestão do Subsistema de Atenção à Saúde Indígena (SasiSUS) no Sistema Único de Saúde (SUS). Bem como coordenar e fiscalizar as ações dos Distritos Sanitários Especiais Indígenas (Dseis).
No Estado, além do secretário da Sesai, outros técnicos do órgão também teriam acompanhado a visita, que foi feita a diversos setores do Dsei Manaus. Conforme as informações repassadas ao O Convergente, o coronel Reginaldo Ramos teria conversado com chefias e lideranças indígenas ligados ao Dsei Manaus, como o presidente do Conselho Distrital de Saúde Indígena de Manaus (Condisi), Kleuto Lopes, eleito na última reunião do Conselho, em julho deste ano.
O teor da conversa não foi informado, assim como o tempo de permanência da equipe da Sesai na capital e onde mais a equipe esteve. Por isso, O Convergente entrou em contato com o órgão, pedindo detalhes da visita e informações sobre a apuração das denúncias relacionadas a gestão de Januário Neto. Até a publicação da matéria o órgão não respondeu aos questionamentos.
O enfermeiro Januário Cunha Neto também foi procurado pelo O Convergente e até a publicação da matéria não respondeu a solicitação.
Denúncias – Uma das matérias feitas pelo O Convergente mostrou que o coordenador do Dsei Manaus teria favorecido empresários ligados a político em contratos com empresas de veículos e combustível.
A matéria foi baseada em uma denúncia feita ao portal no início do mês. Alguns dos fatos reportados foram, inclusive, denunciados no Ministério Público Federal (MPF). Januário Neto e os envolvidos na denúncia se defenderam dos fatos narrados pelo denunciante.
Ainda no início de agosto, uma outra denúncia, feita ao O Convergente, apontou que o coordenador teria favorecido uma empresa em um contrato para compra de passagens fluviais. Só com o serviço feito pela empresa foram gastos mais de R$ 500 mil, apenas nos primeiros seis meses do ano.
Uma série de outras denúncias relacionadas a contratos supostamente superfaturados e compras “suspeitas”, como o gasto com a contratação de uma empresa especializada em locações de veículos, por mais de R$ 1,9 milhões, no ano passado e uma despesa estimada em pouco mais de R$ 75 mil em uma loja especializadas em produtos de piscina.
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Da Redação
Fotos: Divulgação/ Ilustração: Marcus Reis
O cerco tá fechando para o Januário. O problema é q os orgãos de fiscalização são lentos e inoperantes.