“Eu sou um tipo de político, que espero que não esteja em extinção, que tem princípios, valores e limites”, disse o ex-deputado estadual e pré-candidato ao Senado, Luiz Castro (PDT), durante entrevista no quadro “Debate Político”, do Portal O Convergente, desta terça-feira, 10/4. Na entrevista, ele falou também sobre suas experiências políticas e leis importantes de sua autoria, falou sobre as alternativas econômicas que podem ser implementadas no Amazonas e sobre seu retorno no cenário político para disputar as eleições deste ano.
“A volta política ela tem relação, primeiro com gratidão. Eu sou muito grato, porque fui prefeito por duas vezes, graças ao povo de Envira, fui deputado por cinco vezes. Eu pensei muito, devo ou não devo voltar? E lendo a parábola dos talentos no evangelho eu tomei a decisão de voltar. Por quê? Ali jesus nos diz que nós temos que colocar a serviço os nossos talentos. Desde os meus 23 anos eu estou na política e eu procuro fazer a política de maneira correta. Então eu já desenvolvi esses talentos e preciso colocá-los novamente a serviço da sociedade”, disse ele ao falar também sobre o número de votos que teve nas últimas eleições gerais, ocorrida em 2018, quando ele concorreu pela primeira vez ao cargo de senador pelo Amazonas.
Além disso, o ex-deputado disse que a falta de candidatos já anunciados como concorrentes ao Senado, que transpareçam uma representatividade para ele, também foi um estimulo para sua volta em uma disputa eleitoral para o cargo.
“Eu também observei os pré-candidatos ao Senado e não me vi representado, como cidadão, em nenhum deles. Eu vejo que há uma pobreza de representação política no Senado em relação ao Amazonas e a Amazônia. Há uma superficialidade. Não me senti representado por nenhum dos meus adversários, por entender que eles se afastaram do povo. Alguns nunca tiveram, outros tiveram, mas hoje não estão mais”, disse o pré-candidato ao pontuar temas importantes relacionados ao meio ambiente e que, na visão dele, são esquecidos pelos representantes do Estado que atuam em Brasília.
Durante a entrevista, Luiz Castro falou sobre muitos aspectos da temática ambiental e sobre sua atuação coordenando um programa de saúde na floresta da Fundação Amazônia Sustentável (FAS), enquanto estava “afastado” da política convencional.
“Eu estive totalmente focado nesse apoio as comunidades. Inclusive, algumas pessoas falam que eu estava sumido, mas não estava sumido, eu estava trabalhando bastante em função da defesa dos interesses e das necessidades de pessoas muito humildes que moram nas comunidades ribeirinhas”, pontou.
Política e ZFM – Os atuais embates políticos em torno da Zona Franca de Manaus (ZFM), como a criação de decretos federias que reduziram o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), também entraram na pauta da entrevista com Luiz Castro. Bem como a polarização da política e o cenário político atual para as disputas eleitorais deste ano, principalmente quanto aos nomes do presidente Jair Bolsonaro (PL) e o ex-presidente Lula (PT).
“Isso me parece com uma final de campeonato que estão tentando antecipar e com duas torcidas organizadas. E não existe os outros tipos. Isso interessa muito tanto a Bolsonaro como ao Lula. Porque esse confronto faz com que, na visão da população, se enfraqueçam as outras alternativas. Eu tenho muito respeito pelos eleitores e eu entendo que todos têm o direito de escolher, mas acredito que é muito importante que a gente discuta os problemas do Brasil e as soluções”, opinou ele antes de falar sobre o apoio ao pré-candidato à presidência da república, pelo seu partido, Ciro Gomes.
“Eu me sinto motivado a defender o nome do Ciro, mas não faço isso uma bandeira de guerra. Nós não estamos decidindo uma final de campeonato, estamos decidindo o futuro do Brasil. É muito sério. Por isso nós precisamos escolher o melhor projeto para o país e a pessoa que possa conduzir esse projeto”, completou.
Questionado sobre os ataques feitos ao modelo ZFM, ele falou sobre a importância do modelo e sobre os prejuízos que as legalidades dos decretos federais podem causar, caso voltem a serem feitos, ao Polo Industrial de Manaus (PIM), assim como os empregos diretos e indiretos que ações como essa podem prejudicar.
Ao entrar no assunto, Luiz Castro falou de opções importantes para o Estado não ser 100% dependente da ZFM. “ Precisa desenvolver as cadeias produtivas que nós temos na bioeconomia, no setor primário e no turismo. Nós precisamos ter um grande projeto, que nunca tivemos de fato, para desenvolver essas cadeias produtivas”, pontuou ele ao exemplificar projetos importantes já feitos no país que utilizam recursos e mão de obra do Amazonas.
No decorrer da entrevista ele também falou sobre as experiências políticas adquiridas quando atuou à frente da Secretaria de Estado da Produção Rural (Sepror), da Prefeitura do município de Envira, da Associação Amazonense de Municípios (AAM), bem como os seus cinco mandatos como deputado estadual na Assembleia Legislativa do Estado do Amazonas (Aleam).
Confira a íntegra da entrevista:
Veja fotos da entrevista:
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Por Izabel Guedes
Fotos: Narel Desiree