A primeira sessão ordinária da Câmara Municipal de Manaus (CMM) de 2022, ocorrida nesta segunda-feira, 7∕2, foi marcada pela ausência de mais da metade dos 41 vereadores da casa. O presidente da CMM, vereador David Reis (Avante), foi um dos primeiros a sair da sessão. O aumento da Cota para o Exercício da Atividade Parlamentar (CEAP), o “cotão”, foi um dos assuntos repercutidos na tribuna por alguns dos vereadores presentes.
O primeiro a usar a tribuna para falar sobre o aumento do cotão foi vereador Robson da Silva Teixeira (PSDB), o Raulzinho. Na oportunidade o parlamentar destacou que é a favor do aumento da CEAP, pois, segundo ele, com o aumento poderá levar mais ajuda para a população.
“Como eu conseguiria levar essa ajuda no momento de pandemia se eu não tivesse carro e gasolina, como eu ia conseguir? Eu fui o único vereador que fez um projeto para ajudar as pessoas no momento em que elas estavam sofridas, passando por dificuldades. Não foi eu quem fez a lei, agora eu estou dizendo que as minhas atividades parlamentares dependem disso. Eu não sou empresário, eu não ganhei comprando voto, eu ganhei com trabalho e tudo relacionado ao meu mandato estão não minhas redes sociais”, defendeu Raulzinho.
Os vereadores Amom Mandel (União Brasil), Rodrigo Guedes (PSC) e Capitão Carpê Andrade (Republicanos) também repercutiram o aumento da verba. Em entrevista ao Portal O Convergente, os três parlamentares afirmam que o aumento do CEAP não necessária.
Amom Mandel disse que a guerra contra o aumento do cotão é uma pauta em andamento e a discursão judicial ainda não acabou.
“Eu acredito que isso não é um aumento aceitável. Na verdade, acredito que nenhum aumento seria aceitável nesse momento. Eu não utilizo essa verba e ademais leva manifestação de que a manifestação não é necessariamente presencial, mas que todo cidadão pode compartilhar um texto, expor a sua opinião nas redes sociais, pode conversar com seus amigos familiares e vizinhos sobre o caso, o que a gente não pode é ficar calado sobre o que está acontecendo, isso é um grande absurdo”, declarou o vereador Amon Mandel.
O vereador Rodrigo Guedes também defendeu que não há necessidade da aprovação do projeto que prevê o aumento da CEAP, que passou e R$ 18 mil para mais de R$ 33 mil por mês. Guedes foi um dos parlamentares que entrou com ação contra o aumento.
“Eu espero realmente que a Câmara desista do aumento do cotão. Que a Câmara simplesmente não recorra mais. Já foram duas vitorias em nome da população. Tudo o que aconteceu foi muito grave, muito pesado. O que eu defendo é que a Câmara disponibilize para o vereador uma estrutura, mas não em dinheiro como é o cotão. É assim que funciona o cotão, você apresenta uma nota e a Câmara manda o dinheiro de volta, aquilo que eventualmente o vereador gastou, você nunca vai saber se gastou ou não, apresenta uma nota e a Câmara devolve o cheque”, esclareceu Guedes.
O Convergente também conversou com o vereador Carpê Andrade. Ele contou que sempre foi contra ao aumento do Cotão.
“A minha opinião é muito clara sobre o aumento do cotão, quando passou pela Câmara Municipal eu votei contra o aumento, por entender que esse momento e outros momentos também são inviáveis, haja vista que o valor que já é destinado aos vereadores já atende as minhas necessidades. Inclusive na própria Câmara, eu sou o que menos gasta o cotão, então não faria sentido eu votar a favor do aumento do cotão”, declarou Carpê.
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Da Redação
Fotos: Robervaldo Rocha/ Dircom-CMM