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domingo, novembro 24, 2024

Durante o I Congresso Nacional de Leptospirose na Amazônia pesquisadores alertam para os riscos dos ratos urbanos

Nas áreas urbanas, os ratos e ratazanas são os grandes transmissores de doenças como a leptospirose. Eles habitam os esgotos e aproveitam a fartura de alimentos para garantir a sobrevivência, porém acabam ocasionando grave risco à saúde humana

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Com a chegada das chuvas no fim do ano, pesquisadores e gestores da saúde pública entram em alerta com o número crescente de casos de pessoas acometidas por leptospirose. A preocupação dominou os debates do segundo dia do I Congresso Nacional de Leptospirose na Amazônia – One Health, realizado nesta quarta-feira, 15/12. O evento é coordenado pelo Instituto Leônidas & Maria Deane (ILMD/Fiocruz Amazônia) e segue até esta quinta-feira, 16.

De acordo com os palestrantes, com as águas adentrando nas tocas dos roedores, a urina desses animais é levada para a superfície, carregando a bactéria leptospira, causadora da leptospirose. O alerta foi intensificado pelo pesquisador do Centro de Pesquisa Gonçalo Moniz, Federico Costa, que tratou sobre o tema na palestra “Epitomologia da leptospirose urbana”.

“Nas áreas urbanas, os ratos e ratazanas são os grandes transmissores dessa doença. Eles habitam os esgotos e aproveitam a fartura de alimentos para garantir a sobrevivência, porém acabam ocasionando graves riscos à saúde humana. Cerca de 80% desses roedores urbanos carregam a bactéria leptospira”, explicou o especialista.

Outro alerta dos pesquisadores foi direcionado para os caçadores e criadores de animais silvestres. Os pesquisadores advertiram que as caças podem, além de transmitir a bactéria da leptospirose, contaminar os humanos com outros patógenos e causar doenças. O contato com o sangue e as vísceras do animal para consumo tem alto índice de infecção, alertaram.

Para o especialista em Gestão Ambiental com Ênfase em Perícia e Auditoria Ambiental, Eisenhower Pereira Campos, o controle natural para a diminuição de contágio se dá pelas condições de higiene e o acondicionamento correto do lixo. De acordo com ele, somente a utilização de veneno não consegue controlar o número desses animais. Para ele, é necessária a adoção de políticas públicas eficazes para a coleta dos resíduos sólidos.

“É necessário mais desenvolvimento sustentável, investimentos em educação ambiental no planejamento e gerenciamento de resíduos sólidos e também conscientização para uma sociedade igualitária e participativa na implementação da coleta e destinos dos resíduos. As más condições impactam diretamente na saúde da sociedade como um todo”, reforçou Eisenhower.

Palestras do último dia – No último dia do evento, nesta quinta-feira, 16, as palestras seguem com os temas: “Caracterização de proteases secretadas por leptospiras-possíveis fatores de virulência”; “Laboratório de referência nacional no contexto do diagnóstico de leptospirose”; “Leptospirose uma retrospectiva de 10 anos”; “Atualizações sobre leptospirose em pequenos ruminantes e suínos em condições semiárida”;
“A importância do sequenciamento de genoma para a epidemiologia da leptospirose no contexto de saúde única”; “Perfil epidemiológico e o impacto do gradiente social da infecção por leptospira em humanos no município de Manaus, Amazonas”.

Números – De acordo com o Boletim Epidemiológico da Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, no período de 2010 a 2020, no Brasil foram confirmados 39.270 casos de leptospirose (média anual de 3.734 casos), variando entre 1.276 (2.020) a 4.390 casos (2011).Nesse mesmo período, foram registrados 3.419 óbitos, com média de 321 óbitos/ano. A letalidade média no período foi de 8,7% e o coeficiente médio de incidência de 2,1/100.000 habitantes. Em 2019, O Amazonas registrou 162 casos suspeitos da doença, 52 confirmados e sete óbitos.

Acesso – Para acompanhar a programação do I Congresso Nacional de Leptospirose na Amazônia, o participante deve acessar os links disponibilizados no site clamazonia.com.br.

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