O ano de 2025 no Amazonas foi marcado por movimentações intensas nos bastidores políticos com um olho firme nas eleições de 2026. Ao longo dos 12 meses, protagonistas locais articularam alianças, consolidaram liderança em pesquisas, fortaleceram movimentos políticos e protagonizaram debates.
O ano que antecede as eleições foi decisivo para nomes e reposicionamento de forças políticas no Amazonas. Entre encontros reservados, eventos públicos e sinais emitidos por pesquisas, o cenário eleitoral começou a ganhar contornos mais claros.
Na série especial ‘Retrospectiva 2025’, o portal O Convergente reúne os principais fatos dos bastidores políticos do Amazonas.
Janeiro: Primeiros sinais de pré-campanha
O ano começou com lideranças políticas retomando agendas públicas após o recesso. O senador Omar Aziz (PSD) intensificou encontros com prefeitos do interior, reforçando sua base. Nos bastidores, sua candidatura ao Governo do Amazonas passou a ser tratada como praticamente irreversível.
O governador Wilson Lima (União Brasil) focou em agendas administrativas e programas sociais, mas aliados já apontavam uma possível candidatura ao Senado em 2026. O prefeito de Manaus, David Almeida (Avante), manteve interlocução com PSD e MDB, sinalizando protagonismo na base.
No início do ano, a esquerda amazonense teve uma crise interna exposta à sociedade. Na época, o que estava em jogo era a presidência do partido. Os comentários foram feitos pelo vereador Zé Ricardo, que alegou que a saída de Sinésio Campos do PT seria ‘um grande favor’.
Fevereiro: Reforço de alianças
Em entrevista ao programa Debate Político, do O Convergente, o senador Omar Aziz foi questionado sobre o apoio de David Almeida. Na época, o senador afastou os rumores sobre uma possível ruptura e destacou que Almeida havia se comprometido em apoiá-lo em 2026.
Ver essa foto no Instagram
Na mesma época, Maria do Carmo Seffair (PL) sinalizou o interesse em disputar o Governo do Amazonas. O comentário foi feito quando a ex-candidata à Prefeitura de Manaus ainda estava no partido Novo.
No campo conservador, o PL-AM começou a avaliar nomes competitivos, com destaque para o deputado federal Capitão Alberto Neto. O presidente da Assembleia Legislativa, Roberto Cidade (UB), ampliou seu papel de articulador político, fortalecendo a base para uma possível reeleição.
Março: Movimentações se intensificam
No mês de março, os políticos passaram a alinhar as movimentações, se preparando para o cenário pré-eleitoral. O deputado Saullo Vianna anunciou a saída do União Brasil, alegando que o governador Wilson Lima estaria acompanhado de ‘pessoas ruins’.
Ver essa foto no Instagram
No mesmo mês, o ex-deputado federal Marcelo Ramos (PT) sinalizou uma possível candidatura ao Senado. Na época, comentou nas redes sociais que desejaria ser candidato do PT para disputar uma das vagas no Senado nas próximas eleições.
Em agenda no interior, o senador Omar Aziz visitou Coari e foi recepcionado pelo prefeito Adail Pinheiro (Republicanos). Na ocasião, o prefeito declarou apoio à Aziz nas eleições de 2026.
Abril: Filha de David Almeida no radar
No mês de abril, o prefeito David Almeida alegou que colocou como condição de apoio para as eleições de 2026 ter a filha, Fernanda Aryel, como vice na chapa do candidato que apoiasse.
O prefeito de Manaus ainda enfatizou que o mesmo deve ocorrer no cenário da disputa para o Senado, indicando o suplente.
Ver essa foto no Instagram
No mesmo mês, o senador Omar Aziz oficializou a pré-candidatura ao lançar o movimento “Amazonas Forte de Novo” . O evento teve a presença de prefeitos de várias cidades, deputados estaduais e federais, além de vereadores da capital e do interior do estado.
Ver essa foto no Instagram
Maio: Possíveis alianças
Em maio, o mês foi marcado pela intensificação da agenda dos pré-candidatos no interior do Amazonas, com destaque para os políticos do PL-AM.
Além disso, após a condição imposta pelo prefeito David Almeida, Omar Aziz foi questionado sobre a possibilidade de Fernanda Aryel compor a sua eventual chapa para o governo. No entanto, o senador evitou ‘bater o martelo’ sobre a decisão.
Ver essa foto no Instagram
Na mesma época, a possibilidade da federação União Progressista e o Partido Liberal se unirem em 2026 foi ganhando forças. A especulação cresceu com a presença do presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, e o filho do ex-presidente Jair Bolsonaro, senador Flávio Bolsonaro, na cerimônia que oficializou a federação, em Brasília.
Outro ponto também foi o discursos dos políticos que passam a integrar a federação, entre eles, o governador do Amazonas, Wilson Lima.
Junho: Senado em pauta
Em junho, o Avante oficializou o nome do ex-vice-prefeito Marcos Rotta para a disputa ao Senado Federal, em 2026. Nos bastidores, o movimento do partido já indicava uma suposta quebra de aliança com Omar-Braga, uma vez que o nome da chapa de apoio seria Eduardo Braga.
Ao mesmo tempo, surgiram rumores sobre um aceno político entre o senador Omar Aziz e o governador Wilson Lima. Os comentários surgiram após o senador mandar um abraço ao governador, durante um evento.
Ver essa foto no Instagram
A disputa ao Senado também ganhou um novo capítulo com a possibilidade de fusão entre o PSDB e o MDB. No entanto, essa articulação encontrou resistência no cenário local, especialmente pela disputa ao Senado. Tanto Plínio Valério (PSDB) quanto Eduardo Braga (MDB) manifestaram interesse em buscar a reeleição, o que colocaria os dois senadores na mesma corrida por uma única vaga.
Julho: Previsão de rupturas
Surgiram rumores sobre a ida de Tadeu de Souza para o União Brasil. Na época, o governador Wilson Lima confirmou que o tema tem sido ventilado dentro da sigla, mas afirmou que o assunto não chegou a ser definido.
No mesmo mês, Wilson Lima se limitou a comentar se disputaria o Senado Federal, alegando que era cedo para definir as movimentações.
Em junho, o deputado Alberto Neto enfatizou que a aliança entre David Almeida e Omar Aziz seria quebrada. Na época, ele afirmou que a indefinição do grupo do prefeito de Manaus e dos senadores do Amazonas seria diferente do que ocorre com os políticos do PL-AM.
Ver essa foto no Instagram
Após o comentário do deputado federal, David Almeida veio a público esclarecer que sobre os rumores de racha entre ele e Omar Aziz, negando as informações de suposta quebra de aliança.
Agosto: União Brasil organiza o tabuleiro e Maria do Carmo reforça discurso
O União Brasil discutiu internamente seus espaços em 2026, com Wilson Lima sendo cotado para o Senado. Maria do Carmo buscou se diferenciar dos grupos tradicionais, mirando eleitores conservadores moderados.
Setembro: Bastidores aquecem com foco no Senado
O foco político se voltou para a disputa ao Senado. Eduardo Braga trabalhou a imagem durante as visitas no interior, enquanto Omar Aziz manteve silêncio estratégico sobre alianças finais, consolidando sua imagem de pré-candidato ao Executivo estadual.
Enquanto isso, o deputado Alberto Neto também intensificou a agenda no interior do Amazonas, junto aos demais políticos do PL-AM.
O alinhamento Braga–Omar passou a ser visto como uma frente robusta, elevando a pressão sobre David Almeida para definir seu papel na disputa. O prefeito, por sua vez, manteve silêncio estratégico, alimentando especulações.
Outubro: PL confirma chapa para 2026
Em outubro, o Partido Liberal confirmou os nomes da professora Maria do Carmo Seffair como pré-candidata ao Governo do Amazonas e do deputado federal Capitão Alberto Neto como pré-candidato ao Senado. O anúncio foi feito após vídeo divulgado pelo presidente nacional da sigla, Valdemar da Costa Neto, que reafirmou o apoio do partido às pré-candidaturas no estado.
Na época, Valdemar da Costa Neto afirmou que a formação da chapa atende a uma orientação do ex-presidente Jair Bolsonaro, de fortalecer a presença do PL no Amazonas.
Novembro: Alianças começam a desmoronar
Nesta época, rumores nos bastidores políticos começam a ganhar força sobre uma possível ruptura da aliança entre David Almeida e Omar Aziz.
No mesmo mês, o deputado Saullo Vianna afirmou que só anunciará seu novo partido em março de 2026, durante a abertura da janela partidária. Segundo ele, a decisão faz parte de um movimento sobre a nova sigla é coordenado pelo grupo político formado pelo senador Omar Aziz.
Dezembro: Fim da aliança?
O ano se encerrou com Omar Aziz e David Almeida indicando que a aliança entre eles teria chegado ao fim. Em entrevistas, os políticos adotaram um discurso sobre a possibilidade de reorganizar o tabuleiro político.
Em entrevista, o senador Omar Aziz reafirmou que sua pré-candidatura ao Governo do Amazonas está confirmada “com ou sem o apoio do prefeito”. Enquanto isso, David Almeida alegou que o seu apoio é essencial para qualquer candidato.
Ver essa foto no Instagram
A última pesquisa divulgada, pela Perspectiva, apontou Omar Aziz lidera com 39% das intenções de voto, seguido pela professora Maria do Carmo (PL), com 23%, e pelo prefeito de Manaus, David Almeida (Avante), com 19%. Brancos, nulos e indecisos somam 19% dos entrevistados.
O levantamento foi realizado entre 17 e 26 de dezembro com 2.500 eleitores, apresenta margem de erro de 2 pontos percentuais e nível de confiança de 95%.
Ver essa foto no Instagram
Análise do especialista
Ao comentar sobre os bastidores políticos do Amazonas no ano de 2025, o analista político Helso Ribeiro destacou o racha entre Omar Aziz e David Almeida, que estiveram juntos nas eleições de 2024, no entanto, também destacou o discurso pré-eleitoral ao decorrer do ano.
“Este ano fechamos observando um possível distanciamento do prefeito David Almeida em relação à senadora Omar Aziz. Uma característica marcante foi a forte antecipação de movimentos políticos para a campanha do próximo ano”, disse.
De acordo com Helso Ribeiro, ainda é cedo para prever resultados definitivos, uma vez que o cenário pode mudar com o decorrer do ano de 2026, até as convenções partidárias.
“Já temos pré-candidatos ao governo e ao Senado, mas ainda é cedo para prever resultados definitivos. Até as convenções, previstas para o final de julho e início de agosto, muita coisa pode mudar”, comentou.
Leia mais: Retrospectiva 2025: atuação legislativa e reorganizações internas marcam o ano da Câmara Municipal
