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quarta-feira, dezembro 24, 2025

Retrospectiva 2025: escândalos, denúncias e tensões políticas marcam ano pré-eleitoral de David Almeida

Na série da 'Retrospectiva 2025' do O Convergente, a reportagem traz alguns pontos que foram destaques durante os 12 meses de David Almeida e com análise de especialistas

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O ano de 2025 do prefeito de Manaus, David Almeida (Avante), foi marcado por controvérsias administrativas, denúncias envolvendo a gestão municipal, questionamentos sobre gastos públicos e sinais de desgaste político em um cenário pré-eleitoral. Ao longo dos primeiros meses do novo mandato, episódios que envolveram empréstimos, nomeações, contratos milionários e embates nos bastidores passaram a pautar o debate público na capital amazonense.

Na série especial “Retrospectiva 2025”, O Convergente relembra os principais fatos que marcaram o primeiro ano do segundo mandato de David Almeida, período em que a Prefeitura de Manaus esteve no centro de denúncias, críticas à condução administrativa e especulações sobre o futuro político do prefeito e de suas alianças visando as eleições de 2026.

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Janeiro: férias, empréstimos e denúncias

David Almeida iniciou 2025 com um período de férias de 14 dias, saindo da gestão pouco dias após assumir oficialmente o segundo mandato à frente da Prefeitura de Manaus. Durante a ausência do prefeito, a administração municipal ficou sob comando interino do vice-prefeito Renato Júnior. O afastamento, logo no início do novo mandato, gerou repercussão política e críticas por parte de opositores.

Ainda nos primeiros dias de janeiro, mesmo antes de retomar plenamente a agenda administrativa, David Almeida passou a falar publicamente sobre a possibilidade de solicitar um novo empréstimo milionário. À época, o prefeito não informou o valor pretendido, mas o total chegou a R$ 2 bilhões. O anúncio chamou atenção porque, nos primeiros quatro anos de gestão, a Prefeitura de Manaus já havia contraído cerca de R$ 1,7 bilhão em empréstimos, conforme dados divulgados pela própria administração municipal.

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O retorno oficial de David Almeida às atividades ocorreu no dia 20 de janeiro, com a inauguração de um complexo esportivo no bairro Armando Mendes, na zona Leste da capital. O espaço, reformado pela Secretaria Municipal de Infraestrutura (Seminf), foi apresentado como um investimento voltado à promoção do esporte e do lazer na região.

No entanto, paralelamente à retomada da agenda pública, a gestão passou a enfrentar denúncias. Uma delas foi feita pelo defensor público-geral e ex-vice-governador do Amazonas, Carlos Almeida Filho, que utilizou as redes sociais para relatar uma suposta demolição irregular no bairro Shangrilá, zona Centro-Sul de Manaus. Segundo ele, servidores do Instituto Municipal de Planejamento Urbano (Implurb) teriam cometido abuso de poder ao anunciar a demolição de imóveis comerciais no local.

Poucos dias depois, em 22 de janeiro, O Convergente publicou reportagem apontando nomeações de ex-vereadores e de parentes de políticos ligados à base do prefeito para cargos na Prefeitura de Manaus. As nomeações constam no Diário Oficial do Município do dia 20 de janeiro. Entre os casos citados está o do genro do secretário municipal Sabá Reis, Maurício Saraiva de Alencar Buzaglo, nomeado para o cargo de gerente de projeto na Casa Civil.

Outro episódio que repercutiu no mês foi a inundação do Parque Gigantes da Floresta, registrada no dia 24 de janeiro, após uma forte chuva em Manaus. O parque, considerado uma das principais obras da gestão David Almeida e orçado em cerca de R$ 51 milhões, fica às margens de um igarapé, na avenida Alphaville, zona Leste da cidade. Imagens da inundação circularam nas redes sociais e levantaram questionamentos sobre o planejamento da obra.

À beira de igarapé, ‘Mini Disney’ da Prefeitura de Manaus fica inundada após forte chuva

Ainda em janeiro, reportagens também destacaram gastos da Prefeitura de Manaus com contratos de curta duração. No dia 27, O Convergente mostrou que a Fundação Municipal de Cultura, Turismo e Eventos (Manauscult) firmou contrato de R$ 6,2 milhões para serviços de locação de tablado, com vigência de apenas seis meses. O valor e o prazo do contrato geraram críticas e questionamentos sobre a gestão dos recursos públicos.

Nos bastidores políticos, janeiro também foi marcado pelo início de especulações sobre um possível racha entre o prefeito David Almeida e o senador Omar Aziz (PSD). Embora aliados nas eleições municipais, informações de fontes políticas indicavam que acordos firmados visando 2026 poderiam não ser cumpridos.

Vale lembrar que, na época, Omar Aziz havia apoiado a reeleição de David Almeida de 2024 com vistas a uma futura composição política para a disputa pelo Governo do Amazonas e que, como tem repercutido na imprensa nestas últimas semanas, pode não ter retorno devido ao racha com o prefeito de Manaus.

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Fevereiro: investigações e denúncias de truculência

Em fevereiro, a gestão do prefeito David Almeida passou a ser alvo de investigações e críticas mais amplas. O Tribunal de Contas do Estado do Amazonas (TCE-AM) iniciou apuração sobre suposto pagamento desigual de emendas parlamentares destinadas a vereadores da Câmara Municipal de Manaus. A denúncia foi apresentada pelo vereador Rodrigo Guedes (PP), que apontou possível favorecimento político a parlamentares aliados da base do Executivo, além de eventual desvio de finalidade na execução do orçamento público.

Ainda no mês, a Prefeitura de Manaus se pronunciou oficialmente sobre imagens que ganharam grande repercussão nas redes sociais e na imprensa, envolvendo uma abordagem considerada violenta durante fiscalização de comerciantes no Centro da capital. Agentes municipais foram flagrados jogando mercadorias pertencentes a uma imigrante haitiana durante a ação.

Em nota divulgada no dia 14 de fevereiro, a prefeitura afirmou que a fiscalização atingiu apenas comerciantes que insistiram em atuar de forma irregular, apesar de notificações prévias. O comunicado também destacou que o município mantém políticas de inclusão para migrantes, citando a “Feira do Migrante”, localizada na rua Rocha dos Santos, no Centro, como espaço destinado a ambulantes de outras nacionalidades. Após a divulgação das imagens, parlamentares da oposição e lideranças políticas buscaram a comerciante para oferecer assistência.

No campo jurídico-eleitoral, fevereiro também foi marcado pela instauração, pelo Ministério Público do Amazonas (MPAM), de um procedimento preparatório eleitoral contra o prefeito. O órgão passou a apurar possíveis práticas de improbidade administrativa e propaganda eleitoral antecipada, ampliando o cerco institucional à gestão municipal.

Março: empréstimos bilionários e o episódio do Caribe

O mês de março aprofundou o debate sobre a condução fiscal da Prefeitura de Manaus. A gestão de David Almeida aprovou, na Câmara Municipal de Manaus (CMM), dois pedidos de empréstimos que, somados, alcançam R$ 2,6 bilhões. Um dos projetos autorizava a contratação de crédito no valor de R$ 145,8 milhões, enquanto o outro previa um montante de R$ 2,5 bilhões.

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A votação ocorreu de forma acelerada e contou com apoio da maioria dos vereadores: dos 41 parlamentares, 30 votaram a favor, 10 foram contrários e um se ausentou. A tramitação durou cerca de 1 hora e 20 minutos, o que gerou críticas da oposição, que alegou falta de tempo para análise aprofundada das propostas.

Segundo parecer técnico da Secretaria Municipal de Finanças (Semef), os recursos seriam destinados ao pagamento de dívidas públicas, investimentos em desenvolvimento urbano, habitação, construção de moradias e áreas consideradas prioritárias, como saúde, educação, turismo e infraestrutura.

Após a aprovação, a operação de crédito passou a ser questionada judicialmente. Representações foram protocoladas no Tribunal de Contas do Estado do Amazonas (TCE-AM) e no Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM), levantando dúvidas sobre a legalidade da tramitação do Projeto de Lei nº 118/2025.

Entretanto, o episódio de maior repercussão no mês ganhou contornos nacionais. Durante o feriado de Carnaval, David Almeida e a primeira-dama Izabelle Fontenelle foram vistos em Saint Barthélemy, ilha do Caribe conhecida como um dos destinos turísticos mais luxuosos do mundo, frequentado por bilionários e celebridades internacionais. As diárias no local ultrapassam R$ 10 mil.

Após anunciar viagem para retiro espiritual, David Almeida é flagrado em viagem no Caribe

A viagem chamou atenção especialmente pelo contexto enfrentado por Manaus, que registrava alagamentos em diversas regiões da cidade, e pelo fato de o salário do prefeito ter sido recentemente reajustado, passando de R$ 27 mil para R$ 35 mil mensais. Estimativas divulgadas à época apontaram que os custos da viagem poderiam chegar a cerca de R$ 100 mil.

Diante da repercussão, o MPAM, o Ministério Público Federal (MPF) e o TCE-AM passaram a apurar se a viagem teria sido custeada, direta ou indiretamente, por empresas com contratos com a Prefeitura de Manaus. O Tribunal de Contas solicitou esclarecimentos formais da gestão e detalhes sobre contratos firmados com fornecedores citados em denúncias.

David Almeida admitiu publicamente que errou ao viajar durante o período, mas buscou minimizar o impacto político do episódio. Em entrevista, afirmou que a decisão foi fruto de uma “desobediência” e declarou que deveria ter ido à igreja, e não aceitado o convite para estar em um clube no Caribe.

O caso também chegou formalmente aos órgãos de controle por meio de representações protocoladas pelo deputado federal Capitão Alberto Neto (PL) e pelo vereador Coronel Rosses (PL). Ambos denunciaram o prefeito por suposta improbidade administrativa ao Ministério Público do Amazonas e ao Ministério Público Federal, pedindo apuração sobre possíveis irregularidades relacionadas à viagem e à conduta do gestor durante o período.

Abril: transporte público, protestos e tensão política

Abril foi marcado por novos desafios à administração do prefeito David Almeida, especialmente na área de mobilidade urbana. A paralisação parcial da frota de ônibus em Manaus, deflagrada por rodoviários que reivindicavam reajuste salarial de 12% e protestavam contra a retirada gradual dos cobradores, afetou milhares de usuários do transporte coletivo. Durante um dos atos, a frota chegou a circular de forma reduzida, agravando os transtornos na capital.

Na ocasião, David Almeida afirmou que a Prefeitura acompanhava as negociações e defendeu que a retirada dos cobradores ocorresse de forma gradual, com realocação dos profissionais. No entanto, o aumento da tarifa para R$ 6 intensificou a insatisfação popular e resultou em manifestações contra a gestão, incluindo atos em frente à Prefeitura, no dia 25 de abril, e na Praia da Ponta Negra, no feriado de 1º de maio.

Paralelamente, o Tribunal de Contas do Estado do Amazonas (TCE-AM) acatou uma representação com pedido de medida cautelar que questionava a constitucionalidade e a legalidade do Projeto de Lei nº 118/2025, responsável por autorizar os empréstimos bilionários aprovados pela Câmara Municipal. A denúncia, apresentada pelo vereador Rodrigo Guedes (PP), apontou possíveis irregularidades na tramitação da proposta e na contratação da operação de crédito.

Ainda em abril, a Prefeitura anunciou alterações no itinerário de 11 linhas de ônibus, alegando que a medida buscava reduzir o tempo de viagem e aumentar a frequência dos coletivos. As mudanças, porém, geraram forte reação em diversos bairros e culminaram em novos protestos, alguns deles com queima de pneus e registros de violência.

No campo político, voltou a ganhar destaque a possibilidade de participação da filha do prefeito, Fernanda Aryel Almeida, em articulações eleitorais para 2026. Na época, David Almeida afirmou que só apoiaria uma das chapas ao Governo do Amazonas caso sua filha integrasse a disputa como candidata a vice-governadora. O prefeito ressaltou que essa condição faria parte de qualquer aliança que viesse a apoiar, inclusive no cenário da disputa ao Senado, com indicação de suplente.

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Maio: pressão na Câmara e análise do cenário político

Em maio, a Câmara Municipal de Manaus (CMM) reagiu aos protestos populares motivados pelas mudanças nas rotas de ônibus. No dia 13, o tema dominou os debates no plenário, após uma série de manifestações registradas em bairros da capital, incluindo atos com queima de pneus e até de veículos.

No fim de semana anterior, a Prefeitura havia anunciado oficialmente alterações no itinerário de 11 linhas, justificando que as mudanças visavam reduzir o tempo de viagem e aumentar a frequência dos coletivos. A gestão informou ainda que, aos fins de semana, algumas linhas passariam a operar com trajeto especial até o Terminal 7. Apesar da justificativa, a medida encontrou resistência. No dia 12, moradores do bairro Lagoa Azul, na zona Norte, incendiaram um ônibus da linha 320 em protesto contra as alterações.

O cenário político da capital também foi analisado publicamente. Durante entrevista ao programa Debate Político, exibido em 20 de maio pela Rede Onda Digital, o analista Helso Ribeiro avaliou que, apesar das crises enfrentadas, o momento ainda era considerado favorável ao prefeito David Almeida, mesmo com a possibilidade de ele não disputar as eleições de 2026.

Ribeiro ponderou sobre os caminhos políticos do prefeito após o fim do mandato, levantando dúvidas sobre uma eventual candidatura a vereador ou um período fora da vida pública. O analista também destacou que David Almeida costuma adotar um discurso voltado à construção de grupo político, especialmente em suas aparições ao lado do senador Omar Aziz, sem declarar abertamente apoio a um nome específico para o Governo do Amazonas.

Junho: movimentações para 2026 e bastidores estaduais

Em junho, a atenção do cenário político se voltou para os bastidores das articulações estaduais. A imprensa local passou a especular uma possível migração do vice-governador Tadeu de Souza (Avante) para o União Brasil, partido do governador Wilson Lima. A movimentação, caso concretizada, poderia alterar significativamente o tabuleiro político do Amazonas e pressionar o prefeito David Almeida quanto às futuras alianças para as eleições de 2026.

Antes mesmo dos rumores, Tadeu de Souza já vinha ganhando destaque nos bastidores como um dos possíveis nomes para disputar o Governo do Amazonas. Em julho, durante participação no programa Debate Político, do portal O Convergente, o vice-governador comentou publicamente a possibilidade de assumir o comando do Estado em caso de afastamento de Wilson Lima, revelando expectativas sobre um eventual cenário de transição.

Julho: recesso, educação e indicadores abaixo da meta

Em julho, o prefeito David Almeida tirou seu primeiro período de recesso desde a repercussão da viagem ao Caribe. O afastamento ocorreu por meio de uma licença de 10 dias, durante a qual o vice-prefeito Renato Júnior assumiu interinamente a administração da capital amazonense.

No mesmo mês, dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) chamaram a atenção para o desempenho da educação municipal. Manaus não atingiu a meta de alfabetização infantil referente a 2024. À época, a Secretaria Municipal de Educação (Semed) era comandada por Dulce Almeida, irmã do prefeito.

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De acordo com os números divulgados, apenas 50,13% das crianças da rede pública municipal foram consideradas alfabetizadas ao final do 2º ano do ensino fundamental. O índice ficou abaixo da meta nacional de 56,8% e apresentou queda em relação a 2023, quando o percentual era de 52,2%.

Agosto: TCE, conflitos sociais e novos contratos

Em agosto, o Tribunal de Contas do Estado do Amazonas (TCE-AM) concedeu medida cautelar determinando que a Prefeitura de Manaus apresentasse, no prazo de 15 dias corridos, um cronograma detalhado para pagamento e execução das emendas parlamentares impositivas previstas na Lei Orçamentária de 2025.

No mesmo período, uma ação de fiscalização da Prefeitura contra trabalhadores informais no Centro de Manaus gerou forte repercussão. A abordagem envolveu ambulantes — entre eles, uma mulher e um idoso negros — e resultou em confusão, uso de spray de pimenta e apreensão de equipamentos. Imagens divulgadas nas redes sociais mostraram cenas de gritos, empurrões e uso considerado desproporcional da força. Posteriormente, os ambulantes compareceram à Câmara Municipal, onde relataram que apenas buscavam exercer suas atividades para garantir sustento.

Ainda em agosto, a Prefeitura renovou um contrato no valor de R$ 30 milhões com a empresa L R M Construções e Empreendimentos Ltda., destinado à manutenção predial preventiva e corretiva. A renovação ocorreu em meio a críticas sobre a condução de políticas voltadas à economia informal, que enfrentava dificuldades crescentes na capital.

Paralelamente, o Ministério Público do Amazonas (MP-AM) instaurou inquérito para apurar possível omissão da Prefeitura na reconstrução da passarela Santos Dumont, que desabou em julho de 2024 e, até então, permanecia sem solução definitiva, representando risco à segurança de pedestres.

Empréstimos e serviços sob questionamento

Outro ponto de atenção em agosto foi a contratação de um novo empréstimo pela Prefeitura de Manaus, no valor de R$ 500 milhões, junto ao Banco do Brasil. A operação possui prazo de amortização de 120 meses e encargos financeiros fixados em CDI + 1,16% ao ano. O contrato foi autorizado pela Lei Municipal nº 3.478/2025 e aprovado pela Câmara Municipal em regime de urgência, o que gerou críticas relacionadas à rapidez da tramitação e à falta de detalhamento público sobre a aplicação dos recursos.

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No mesmo mês, a gestão municipal entrou na mira do Ministério Público do Amazonas por suspeitas envolvendo serviços de cremação de animais domésticos. Um contrato de R$ 15,5 milhões, firmado em setembro de 2024, passou a ser questionado após apontamentos do TCE-AM, levantando dúvidas sobre a existência de estrutura pública adequada para a execução do serviço e sobre a legalidade do gasto.

Setembro: promoção política, crise no transporte e embates institucionais

No início de setembro, uma nova polêmica atingiu a Prefeitura de Manaus após a divulgação de uma mensagem institucional que promoveu Fernanda Aryel Almeida, filha do prefeito David Almeida, mesmo sem ela ocupar cargo público. Conforme mostrou O Convergente, o material foi distribuído em massa pela assessora de comunicação do prefeito, Emanuelle de Moura Lima Baires.

O conteúdo do release levantou questionamentos sobre possível uso da máquina pública para promoção pessoal, especialmente pelo fato de Fernanda Aryel ser citada nos bastidores políticos como pré-candidata a vice-governadora nas eleições de 2026.

Ainda em setembro, Manaus enfrentou mais uma crise no transporte coletivo. Uma paralisação iniciada na quinta-feira, 11, e retomada na sexta-feira, 12, deixou mais de 500 mil usuários sem acesso ao serviço. O governador Wilson Lima (União Brasil) atribuiu a responsabilidade à Prefeitura, alegando que a gestão municipal não vinha cumprindo obrigações financeiras com o sistema.

O prefeito David Almeida (Avante), inicialmente, negou as acusações e rebateu as críticas, mas, no dia seguinte, reconheceu a responsabilidade da administração municipal pela situação.

No mesmo período, servidores municipais realizaram protestos na Câmara Municipal de Manaus (CMM) contra o projeto de reforma da previdência encaminhado pelo Executivo. A proposta prevê mudanças como o aumento da idade mínima para aposentadoria — de 55 para 62 anos para mulheres e de 60 para 65 anos para homens — além de uma redução estimada em cerca de 30% nos benefícios futuros. O texto também altera regras de pensão e tempo de contribuição, o que gerou forte reação das categorias.

Conflito com a imprensa

Durante um evento oficial realizado pela Prefeitura na terça-feira, 16, o prefeito David Almeida e sua filha, Fernanda Aryel Almeida, voltaram a ser alvo de críticas. Profissionais da imprensa relataram episódios de constrangimento e tratamento inadequado por parte de ambos e de assessores da gestão municipal.

A repórter Cynthia Blink, da TV Blink, afirmou ter sido impedida de concluir uma pergunta direcionada à filha do prefeito, sendo interrompida pelo próprio chefe do Executivo, que sinalizou para que ela se afastasse. Segundo o relato, assessoras da Prefeitura também repreenderam a jornalista de forma considerada inadequada. O episódio reacendeu o debate sobre liberdade de imprensa e a postura da administração municipal em relação aos veículos de comunicação locais.

Outubro: alertas do TCE, descaso urbano e suspeitas de nepotismo

Em outubro, o Tribunal de Contas do Estado do Amazonas (TCE-AM) emitiu um alerta formal à Prefeitura de Manaus por não ter atingido a meta de alfabetização infantil estipulada pelo Ministério da Educação (MEC) para 2024. O comunicado foi publicado na edição de 3 de outubro do Diário Eletrônico do TCE-AM.

Segundo o órgão, Manaus está entre os 28 municípios que não alcançaram os resultados previstos na Avaliação do Compromisso Nacional Criança Alfabetizada (CNCA), iniciativa federal que estabelece a meta de alfabetizar ao menos 80% das crianças até 2030, ao final do 2º ano do ensino fundamental. O alerta cita falhas na gestão conduzida pelo prefeito David Almeida e pela então secretária municipal de Educação, Dulce Almeida.

Ainda em outubro, um episódio de infraestrutura urbana ganhou repercussão. Um pedestre caiu em um buraco que se abriu repentinamente em uma calçada na rua Paraguaçu, esquina com a rua Estanho, no bairro Vila da Prata, zona Oeste de Manaus. Câmeras de segurança registraram o momento em que o homem caminhava pelo local e, de forma súbita, o solo cedeu. A vítima foi socorrida por populares que passavam pela área.

No mesmo mês, o TCE-AM admitiu uma representação para investigar possíveis práticas de nepotismo na administração municipal. A decisão, publicada no Diário Oficial do órgão em 8 de outubro, refere-se ao processo nº 16050/2025, que aponta indícios de violação aos princípios da impessoalidade e da moralidade administrativa. A denúncia menciona nomeações de parentes para cargos estratégicos e o uso de nomes de familiares em obras e equipamentos públicos.

Também em outubro, a Prefeitura de Manaus aprovou R$ 62,8 milhões em renovações contratuais com quatro construtoras em uma única edição do Diário Oficial do Município, publicada no dia 10. As prorrogações estenderam por mais 183 dias contratos firmados com as empresas Construtora Rio Piorini, Tercom Terraplenagem Ltda., Mabole Construções Ltda. e Evolution Terraplanagem e Empreendimentos Ltda.

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Novembro: contratos milionários, embates com servidores e desgaste político

Em novembro, a gestão do prefeito David Almeida (Avante) voltou ao centro de questionamentos após O Convergente revelar a formalização de um contrato milionário para a execução de serviços de preparo e distribuição da alimentação escolar na rede municipal de ensino. O acordo foi firmado pela Secretaria Municipal de Educação (Semed) e publicado no Diário Oficial do Município (DOM).

O contrato prevê o pagamento de R$ 76,3 milhões pelo prazo de 12 meses, valor que gerou repercussão em meio a críticas sobre prioridades da administração municipal e à insatisfação crescente de servidores públicos, especialmente da área da educação.

Gestão David Almeida firma contrato de R$ 76,3 milhões com empresa já favorecida pela Semed

O mês também foi marcado por intensos protestos na Câmara Municipal de Manaus (CMM) durante a tramitação da reforma da previdência municipal. No dia 5, professores da rede pública e outros servidores lotaram as galerias da Casa Legislativa para protestar contra o Projeto de Emenda à Loman nº 010/2025, encaminhado pela Prefeitura, que altera regras de aposentadoria e tempo de contribuição.

Mesmo sob forte pressão das categorias, a sessão foi antecipada para apreciação da matéria. Sob gritos de guerra, apitos e manifestações como o coro “Se o PL passar, a Educação vai parar”, os professores pediram o arquivamento imediato da proposta. Ainda assim, por 30 votos a 10, a CMM aprovou o texto enviado pelo Executivo, encerrando semanas de debates e protestos iniciados ainda em outubro.

A aprovação da reforma intensificou a reação dos servidores. No dia 7, professores da rede municipal aprovaram, em assembleia-geral conduzida pelo Sindicato dos Professores e Pedagogos de Manaus (Asprom Sindical), uma greve por tempo indeterminado, em resposta direta à decisão do Legislativo municipal.

No campo político-administrativo, a Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam) recebeu, ainda em novembro, o parecer técnico da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), que recomendou a reprovação integral das contas de governo de 2017, período em que David Almeida exerceu o comando interino do Estado por cerca de cinco meses.

Poucos dias depois, o Tribunal de Contas do Estado do Amazonas (TCE-AM) concedeu prazo de cinco dias úteis para que a Prefeitura de Manaus se manifestasse sobre supostas irregularidades no Pregão Eletrônico nº 100/2025, destinado à aquisição de material gráfico — como banners, cartazes e folders — para órgãos da administração municipal. A notificação envolveu a Secretaria de Administração, Planejamento e Gestão (Semad), a Comissão Municipal de Licitação (CML) e a Procuradoria Geral do Município (PGM).

Ainda em novembro, o Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM) autorizou a abertura de sete investigações criminais envolvendo o prefeito David Almeida. As apurações, solicitadas pelo Ministério Público do Amazonas (MP-AM) e divulgadas no dia 11 em reportagem da Rede Amazônica e do G1, abrangem viagens internacionais, possíveis irregularidades em contratos públicos e vínculos de familiares do prefeito com empresas prestadoras de serviços à administração municipal.

O cenário político também ganhou novos contornos ao longo do mês. No dia 13, David Almeida fez declarações que indicaram a possibilidade de rompimento de alianças políticas. Sem citar nomes, o prefeito afirmou que poderia “se desfazer totalmente” de apoios, mencionando a existência de “três ou quatro petelecos teleguiados” atuando nos bastidores.

As falas repercutiram no meio político e provocaram resposta do senador Omar Aziz (PSD), no dia 19. Em entrevista à rádio CBN, o parlamentar afirmou que não iria “vestir a carapuça” e cobrou que o prefeito citasse nomes, ressaltando que mantém uma postura transparente e cordial nas relações políticas.

Enquanto isso, os protestos de servidores continuaram. No dia 17, professores voltaram a ocupar a Câmara Municipal contra o Projeto de Lei Complementar nº 8/2025, aprovado em primeira votação. Já no dia 20, educadores realizaram um panelaço na Ponta Negra, durante a inauguração da roda-gigante, para protestar contra o texto, apelidado pelos manifestantes de “PL da Morte”.

Com cartazes, apitos e palavras de ordem, os professores reivindicaram uma aposentadoria considerada justa e afirmaram que não aceitariam regras que, segundo eles, os obrigariam a trabalhar por mais tempo com redução de direitos, encerrando novembro sob um clima de forte tensão entre a gestão municipal, servidores e aliados políticos.

Dezembro: novo empréstimo internacional, avanço no racha político e contas sob questionamento

Em dezembro, a Câmara Municipal de Manaus (CMM) aprovou o pedido da Prefeitura para contratar um empréstimo de até US$ 195 milhões — cerca de R$ 1 bilhão — junto ao Banco Mundial. A autorização foi solicitada pelo prefeito David Almeida (Avante) e aprovada por 27 votos favoráveis e seis contrários.

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Votaram contra os vereadores Rodrigo Guedes (Progressistas), Ivo Neto (PMB), Thayssa Lippy (PRD), Coronel Rosses (PL), Sargento Salazar (PL) e Capitão Carpê (Republicanos). Segundo a Prefeitura de Manaus, os recursos não serão utilizados para novas despesas, mas exclusivamente para substituir dívidas internas com juros mais elevados, em uma estratégia de reestruturação financeira.

O mês também foi marcado pelo aprofundamento das tensões políticas entre o prefeito e o senador Omar Aziz (PSD-AM). No dia 11, Omar reafirmou que sua pré-candidatura ao Governo do Amazonas está mantida “com ou sem o apoio do prefeito”, em declaração feita durante entrevista a uma emissora local, em meio às negociações por alianças para as eleições de 2026.

Durante participação no programa 17h, da TV A Crítica, o senador reforçou que sua decisão é definitiva. “Estou trabalhando. Com apoio do prefeito ou não, sou candidato ao governo. Já anunciei minha pré-candidatura, vou buscar a maior aliança possível, tenho propostas para o Amazonas e já governei o estado por quatro anos”, afirmou.

Na área de controle externo, a gestão municipal voltou ao centro das atenções no Tribunal de Contas do Estado do Amazonas (TCE-AM). Na última semana do mês, o conselheiro Júlio Pinheiro, relator do processo, votou pela reprovação das contas do prefeito David Almeida referentes ao exercício financeiro de 2024. Apesar do posicionamento, o julgamento foi suspenso e adiado para fevereiro, após pedido de vista apresentado durante a sessão.

A análise teve início durante a 5ª sessão especial do Tribunal Pleno, realizada antes da 39ª sessão ordinária da Corte, e vinha sendo acompanhada com expectativa, diante do peso político e administrativo da avaliação das contas da Prefeitura de Manaus.

O encerramento de dezembro consolidou o racha político que já vinha sendo especulado ao longo do ano. No dia 19, David Almeida admitiu publicamente, pela primeira vez, o rompimento com o senador Omar Aziz. Em entrevista à TV Norte Amazonas, o prefeito declarou que “recuou” em relação às alianças políticas para 2026 e afirmou que teria antecipado apoio de forma precipitada.

A declaração confirmou o distanciamento entre os dois líderes políticos, cuja relação vinha sendo alvo de especulações desde o fim das eleições de 2024, quando Omar Aziz apoiou a reeleição de David Almeida à Prefeitura de Manaus, encerrando o ano sob um cenário de instabilidade política e incertezas para o próximo ciclo eleitoral.

Nesta terça-feira, 23, já em meio aos desgastes de fim de ano, outro episódio envolvendo o prefeito de Manaus chamou a atenção. Durante entrevista para um grupo de jornalistas, David Almeida reagiu às pesquisas recentes que apontam alto índice de rejeição à sua gestão na capital amazonense.

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Em declaração pública, o chefe do Executivo municipal questionou a credibilidade dos levantamentos e usou palavrão ao se referir a eleitores que acreditam nos dados divulgados.

“O cara colocar uma pesquisa que eu tenho 70% de rejeição em Manaus… o cara que fez a pesquisa não está errado. Errado está quem acreditou nele. Só se o cara se permitir ser um otário por completo e acreditar nos números desses”, afirmou o prefeito ao comentar os resultados recentes sobre pré-candidatos ao governo do Amazonas, onde ele aparece como o mais rejeitado.

Análise política: cenário pré-eleitoral e articulações para 2026

Ao longo de 2025, a gestão do prefeito David Almeida foi marcada por sucessivas crises administrativas e embates políticos. Do volume elevado de empréstimos aprovados pela Câmara aos conflitos no transporte coletivo, da reforma da previdência municipal às denúncias envolvendo a gestão, a prefeitura permaneceu sob pressão constante.

Para analistas políticos, o acúmulo de crises administrativas, embates institucionais e movimentações partidárias ao longo de 2025 está diretamente relacionado ao calendário eleitoral que se aproxima. No caso de Manaus, o longo período de David Almeida à frente do Executivo municipal amplia tanto a visibilidade das ações da gestão quanto das fragilidades acumuladas.

O professor, analista político e articulista Helso Ribeiro avalia que a própria dimensão e as características da capital amazonense tornam mais evidentes os problemas e acertos de qualquer administração.

“Eu costumo dizer que um prefeito de capital, se ele governou mais de dois anos — e o David Almeida está no sexto ano dele —, vai ter muita coisa para mostrar, como qualquer um dos 26 prefeitos das capitais.”

Segundo Ribeiro, Manaus possui singularidades administrativas e sociais que potencializam a exposição pública da gestão.

“E uma capital como Manaus tem particularidades. Eu costumo falar sempre isso: é a única capital populosa, com mais de 2 milhões de habitantes, que tem mais da metade da população do estado. Manaus é uma ‘cidade-estado’, e isso faz com que as mazelas e os defeitos acabem aparecendo ainda mais.”

Helso Ribeiro destaca ainda que a leitura sobre a gestão varia conforme a posição política de quem observa o cenário.

Helso Ribeiro (Arquivo/O Convergente)

“Se a pessoa odiar o David Almeida, vai tentar filmar e mostrar esses defeitos; se ela amar o David Almeida, vai tentar mostrar o lado positivo. Cabe a nós — e eu acredito que você seja assim, que não ama nem odeia — ver o que tem de bom e de ruim.”

Na avaliação do analista, o desenho político que começa a se formar para 2026 envolve uma reorganização completa das cadeiras do Executivo estadual e municipal.

“Eu acredito que dificilmente alguém vai ter governador, prefeito e Câmara Municipal ao seu lado, e é isso que, para mim, está se desenhando.”

Ele projeta ainda um possível efeito dominó nas chefias do Executivo.

“Acredito que o governador Wilson Lima vá sair para disputar a eleição; entra o vice-governador Tadeu de Souza (Avante). Acredito que o David Almeida saia também e entre Renato Júnior (Avante), o vice-prefeito, ambos aliados de Almeida. E, de quebra, ainda tem o presidente da Câmara de Vereadores.”

Sobre o rompimento político com o senador Omar Aziz, Helso aponta um afastamento progressivo e a consolidação de um novo campo de alianças.

“Para mim, ele vai se distanciar cada vez mais de Omar Aziz, começar a fazer críticas ao senador e, para mim, é candidatíssimo no ano que vem.”

O analista avalia que, apesar das incertezas, há sinais de construção de uma aliança estratégica entre o prefeito e o governador.

“É difícil um candidato disputar uma eleição sozinho, sem apoio. Então, pelo menos eu estou vendo sinais de uma dobradinha — pode ser até que não ocorra, mas estou vendo sinais — entre Wilson Lima e David Almeida: um com penetração no interior do estado, que é o governador, e o outro que, querendo ou não, ganhou as eleições há um ano.”

Por fim, Helso Ribeiro lembra que os próximos meses serão decisivos para a definição do cenário eleitoral.

“É isso. Agora vamos aguardar março, porque no final de março e começo de abril é o prazo para que tanto Wilson Lima quanto David Almeida renunciem aos mandatos, caso queiram ser candidatos ao Senado, a deputado, seja lá o que for. Enquanto isso, vai ter muita especulação”, disse o professor, analista político e articulista Helso Ribeiro.

Mudança gradual

Também analisando o cenário político de 2025, o advogado, sociólogo e analista político Carlos Santiago destaca que o ano foi marcado por uma mudança gradual nas alianças construídas no ciclo eleitoral anterior.

“O ano de 2025 começa com afagos entre o prefeito de Manaus e o senador Omar Aziz, e com conflitos envolvendo o governador do Estado, Wilson Lima, e o prefeito da capital.”

Segundo Santiago, esse movimento inicial deu lugar a um rearranjo político ao longo do ano.

“David Almeida esteve presente, inclusive, no lançamento do movimento Amazonas Forte, articulado pelo senador Omar Aziz e também pelo senador Eduardo Braga, mas o fim do ano chega marcado por conflitos entre o prefeito e o senador, e por afagos entre o prefeito e o governador.”

Carlos Santiago avalia que o distanciamento de David com Omar Aziz e a reaproximação com Wilson Lima fazem parte de uma estratégia eleitoral mais ampla.

“Em um ano, a disposição de David Almeida de se distanciar do senador Omar Aziz é bem visível, assim como uma reaproximação com o governador do Estado. Tudo isso faz parte de articulações que objetivam as eleições gerais de 2026.”

Carlos Santiago (Reprodução)

O analista lembra que, para viabilizar eventuais candidaturas, as regras legais impõem renúncia aos cargos.

“Se David quiser ser candidato ao governo, terá que renunciar ao cargo de prefeito, assim como o governador Wilson Lima terá que renunciar ao cargo de chefe do Executivo estadual para viabilizar uma candidatura ao Senado Federal.”

Na leitura de Carlos Santiago, o papel de David Almeida tende a ser central no próximo pleito.

“Dentro dessa movimentação, tudo indica que o papel de David Almeida em 2026 será ativo, podendo inclusive assumir protagonismo como possível candidato ao Governo do Amazonas, em uma composição com Wilson Lima, envolvendo também o atual vice-governador.”

Santiago avalia ainda que a relação entre David Almeida e Omar Aziz deve evoluir para um cenário de disputa aberta.

“O que parecia uma composição eleitoral de unidade entre David e Omar, na verdade, tende a se transformar em um ambiente de disputa entre os dois, com cada um buscando vencer a eleição para o Governo do Estado.”

Por fim, Carlos Santiago pondera que os índices de rejeição não inviabilizam necessariamente as candidaturas.

“É claro que há rejeições expressivas apontadas nas pesquisas divulgadas, tanto em relação ao prefeito quanto ao governador Wilson Lima. No entanto, isso não significa que essas posições se tornem inviáveis.”

“Ao contrário, esses indicadores eleitorais demonstram que ambos devem caminhar juntos para que, tanto o governador quanto o prefeito, tenham chances reais de vitória nas eleições de 2026”, destacou o advogado, sociólogo e analista político Carlos Santiago.

Outro lado

Vale lembrar que, ao longo do decorrer do ano de 2025, O Convergente entrou em contato com a Prefeitura de Manaus para questionamentos referentes às denúncias envolvendo a gestão para adicionar em reportagens, mas não obteve retorno em quase todas as ocasiões. Sobre a Retrospectiva, a redação também ofereceu espaço para o Executivo local se posicionar, porém, sem sucesso.

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