A decisão do ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), que fundamentou a operação deflagrada pela Polícia Federal contra o deputado estadual Antônio Doido (MDB-PA), descreve um esquema de desvio de recursos públicos envolvendo ao menos 13 pessoas, entre elas o parlamentar, além de oito empresas e a Secretaria de Obras Públicas do Estado do Pará.
No despacho, Dino cita diretamente o atual titular da pasta, Benedito Ruy Santos Cabral, atribuindo a ele a prática de atos com “graves violações de deveres funcionais”. Segundo o ministro, o secretário teria se valido da posição estratégica que ocupa para integrar a organização criminosa investigada, criando riscos concretos à execução de obras, contratos, processos licitatórios e ao próprio erário estadual.
Conforme a decisão, Antônio Doido é apontado como o principal articulador do esquema, com atuação direta na definição de saques, na divisão dos valores desviados e no uso de policiais militares em atividades de campanha eleitoral.
O tenente-coronel da Polícia Militar Francisco de Assis Galhardo do Vale aparece como responsável pela logística e pelas finanças da organização, encarregado de coordenar policiais e operar a movimentação de grandes volumes de dinheiro.
Já Andrea Costa Dantas, esposa do deputado, figura como sócia de empresas que teriam sido beneficiadas com repasses de centenas de milhões de reais provenientes do governo do Pará.
Na manhã desta terça-feira (16), a Polícia Federal cumpriu 31 mandados de busca e apreensão em endereços localizados no Pará e no Distrito Federal. A Operação Igapó investiga crimes de corrupção praticados por uma organização criminosa formada por agentes públicos e empresários.
De acordo com a PF, os investigados são suspeitos de desviar recursos públicos por meio de fraudes em licitações, utilizando os valores obtidos para o pagamento de propinas e para a ocultação de patrimônio.
Reforçamos que o espaço segue aberto para esclarecimentos e envio de futuras notas dos investigados.
*Com informações da CNN
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