Aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) manifestaram descontentamento e críticas após o governo dos Estados Unidos retirar o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, da lista de sanções previstas na Lei Magnitsky. A decisão também revogou as punições impostas à esposa do magistrado, Viviane Barci de Moraes, e à Lex Institute, empresa associada à família do ministro.
Alexandre de Moraes havia sido incluído na lista em julho, sob acusações de autorizar prisões preventivas consideradas arbitrárias e de restringir a liberdade de expressão no Brasil. Já as sanções contra Viviane foram aplicadas em setembro, quando o governo norte-americano, então sob liderança de Donald Trump, citou, entre outros pontos, a condenação de Bolsonaro por envolvimento na tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022.
Com o recuo de Washington, parlamentares bolsonaristas passaram a direcionar críticas ao ex-presidente dos EUA, levantando suspeitas sobre possíveis acordos políticos com o governo brasileiro. O deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) afirmou ter recebido a notícia com “pesar” e avaliou que o episódio expôs a falta de articulação política interna no país. Em publicação nas redes sociais, ele agradeceu o apoio anterior de Trump, mas classificou a decisão como uma oportunidade desperdiçada.
O deputado Maurício Marcon (PL-RS) adotou tom mais contundente e disse que a revogação das sanções gerou um sentimento de “traição”. Para ele, Trump teria priorizado interesses americanos e imposto condições para retirar as punições. Já Carlos Jordy (PL-RJ) avaliou que o caso deixa uma lição para a direita brasileira, ao afirmar que a Lei Magnitsky teria sido usada apenas como ferramenta de negociação, frustrando expectativas depositadas no apoio externo.
Em posição mais moderada, o líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante, agradeceu o respaldo anterior de Trump, mas ressaltou que o enfrentamento político no Brasil deve ocorrer internamente. Segundo ele, a disputa contra o que chamou de “suprema esquerda” precisa ser conduzida pelos próprios brasileiros.
*Com informações da CNN
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