O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou nesta sexta-feira (14), uma ordem executiva que reduz tarifas sobre diversas importações agrícolas. A decisão tem efeito retroativo a partir de quinta-feira (13). A medida atinge produtos como café, carne bovina, frutas tropicais, cacau, chá e outros itens que não são produzidos em larga escala no território norte-americano.
De acordo com o texto divulgado pela Casa Branca, a decisão considera as recomendações de autoridades e o andamento das negociações com países exportadores. Também avalia a demanda interna dos consumidores norte-americanos e a atual capacidade produtiva dos Estados Unidos.
Setor agrícola brasileiro pode ser beneficiado
A determinação abre espaço para um possível ganho competitivo das exportações brasileiras. O Brasil está entre os maiores fornecedores de café e carne bovina para os Estados Unidos, o que torna a medida relevante para o agronegócio nacional. Exportadores avaliam que a redução tende a ampliar a competitividade dos produtos brasileiros, porém ainda há incertezas sobre a extensão completa da desoneração.
No setor cafeeiro, ainda não está claro se a retirada tarifária alcança a tarifa base de 10 por cento ou também a sobretaxa de aproximadamente 40 por cento. As associações do segmento aguardam detalhes técnicos para avaliar o impacto real. No caso da carne bovina, entidades brasileiras veem a decisão como positiva e afirmam que ela pode reaquecer o mercado norte-americano para o produto nacional.
Outra tarifas permanecem
A ordem executiva não extingue todas as tarifas incidentes sobre produtos agrícolas. Alguns itens continuarão submetidos a cobranças adicionais. Para determinados produtos, como os tomates importados do México, por exemplo, permanece uma tarifa de 17 por cento. Nos casos brasileiros, parte das sobretaxas adicionais pode seguir vigente.
A Casa Branca sinalizou que tarifas pagas após o dia 13 poderão ser reembolsadas. A devolução seguirá os ritos administrativos da Alfândega e Proteção de Fronteiras dos Estados Unidos.
A decisão ocorre em meio ao aumento dos preços de alimentos nos Estados Unidos e ao avanço de negociações comerciais com países latino-americanos. A redução tarifária pode funcionar como resposta à pressão de consumidores e setores econômicos que buscam aliviar custos. O governo norte-americano também tenta equilibrar a política de proteção da indústria interna com as necessidades de importação de produtos que não são produzidos em quantidade suficiente no país.


