A Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) lançou, nesta semana, seu mais recente relatório sobre ataques à liberdade de imprensa no Brasil. Segundo o documento, mais da metade dos casos de violência contra jornalistas no Brasil em 2024 ocorreu em apenas duas regiões: Sudeste e Nordeste.
Em 2023, as regiões Sudeste e Centro-Oeste registraram a maioria dos ataques. Essa distribuição mudou em 2024, quando o Sudeste e o Nordeste passaram a liderar a lista de regiões com mais alertas — 62 (29,5% do total) e 38 (18,1%) casos, respectivamente.
Já o Centro-Oeste, segundo o estudo, caiu para o penúltimo lugar do ranking, com 26 (12,4%) episódios. Esse cenário se explica, principalmente, pelo contexto político dessas regiões, mostra o levantamento.
“São Paulo foi o epicentro dos ataques, concentrando 19,5% dos casos totais, tanto pela presença de grandes empresas de comunicação quanto pelo impacto da disputa eleitoral. O candidato à prefeitura Pablo Marçal (PRTB) esteve no centro de diversas polêmicas e fomentou hostilidade contra jornalistas em discursos públicos e redes sociais”, diz trecho do estudo.
Após São Paulo, os estados com mais agressões registradas foram Rio Grande do Sul (7,6% do total), Rio de Janeiro (7,1%), Paraná (6,2%), Distrito Federal (6,2%) e Amazonas (4,7%).
O estudo
O Monitoramento de ataques a jornalistas é realizado pela Abraji anualmente e coleta, analisa e apresenta informações relacionadas às liberdades de expressão e de imprensa no Brasil.
O objetivo é ajudar a entender melhor o quadro de violência contra jornalistas, comunicadores e meios de comunicação no país, permitindo que suas causas e impactos sejam discutidos por profissionais da imprensa, organizações da sociedade civil, autoridades públicas e pelos cidadãos de maneira ampla.
Confira o levantamento:
PT_ABRAJI_Monitoramento_de_ataques_a_jornalistas_no_Brasil_2024_3P