Por Erica Lima
Prometeram blindar-se em nome da “razão de Estado”,
Mas a Constituição lembrou: “Publicidade é princípio sagrado!”
(artigo 37, inciso caprichado)
e assim caiu a máscara do teatro encenado.
Queriam esconder o poder sob véu de conveniência,
Mas a Lei da Transparência gritou’: “Aqui só cabe ciência!”
E o que era blindagem virou contradição,
panela furada que não segura pirão.
Marx já dizia, com ironia de profeta:
“A ideologia é lente que distorce a vida concreta.”
O povo rema na correnteza da alienação,
Enquanto o poder navega na jangada da exploração.
Weber, meticuloso, soprava pelo vento do plenário:
“O poder se legitima pelo carisma, a lei ou o cenário.”
Mas carisma não compra voto quando a farsa é evidente,
e a PEC virou caricatura no imaginário da gente.
No plenário, rostos tensos, discursos sem nexo,
Era a racionalidade formal virando pretexto.
Tentaram blindar-se com verniz institucional,
mas a própria norma virou tribunal.
No fim, entre rima e sátira, restou a lição:
Paneiro furado não guarda jaraqui,
Nem blindagem segura a erosão
quando o povo descobre que pode rir e resistir.
Quem é Érica Lima?
Érica Lima é mestre em Saúde, Sociedade e Endemias na Amazônia (Fiocruz Amazônia/UFAM), jornalista com registro profissional (DRT), apresentadora do Debate Político em parceria com a Rede Onda Digital (canal 8.2), diretora-executiva do portal O Convergente e escritora associada à AJEB/AM.
Mais do que títulos, carrega a missão de comunicar onde o silêncio impera nos rincões de uma Amazônia muitas vezes tratada como margem, mas que é centro de vida, de luta e de saber. Atua onde a estrada não chega, construindo pontes entre dados e vozes, entre o invisível e o essencial. Fomenta o protagonismo de mulheres que, mesmo sem diplomas, são catedráticas da vida e estrategistas na arte de viver.
Com expertise em pesquisa qualitativa eleitoral, desvela percepções, desvenda territórios simbólicos e transforma escutas em leitura crítica do presente político.
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