O senador Omar Aziz (PSD-AM) criticou duramente a chamada PEC da Blindagem, também conhecida como PEC das Prerrogativas, em entrevista concedida à CNN nesta segunda-feira (19). Segundo ele, a proposta não fortalece a democracia, mas amplia a impunidade de políticos que respondem a processos na Justiça.
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“Eu sou literalmente contra a PEC das prerrogativas, volto a repetir, nós já temos prerrogativas demais. Homem público tem que ser transparente, não adianta dizer que não tem que ser transparente”, afirmou o parlamentar.
Aziz destacou que o texto aprovado na Câmara dos Deputados cria brechas para que candidatos eleitos escapem de investigações criminais. “Não é só no exercício do mandato, é antes da diplomação. Se a pessoa tiver um processo, depois da diplomação e de empossado, tem que ser pedido a autorização da Câmara. Então o cara pode matar, se eleger e depois ainda vai pedir. E a Câmara ou o Senado tem o direito de dizer não, não quero que investigue fulano ou ciclano. Então é pior, é pior. O Senado vai enterrar essa PEC”, declarou.
Cobrança por transparência
O senador também cobrou mais coerência e transparência por parte dos deputados federais que votaram a favor da medida. Para ele, há uma contradição entre o discurso adotado por muitos parlamentares em campanhas passadas e a postura atual.
“Quem criminalizou a política não fui eu. Muitos desses deputados que votaram a favor, votaram com discurso de honestidade, anticorrupção, que tinha que investigar, que tinha que ter transparência. E agora, olha aí, a comemoração que você vê numa PEC dessa. O que se quer é impunidade”, criticou.
Ao reforçar sua posição contra a PEC, Aziz lembrou de sua trajetória política e disse não temer investigações. “Já fui presidente da Câmara, vereador, secretário de Obras, secretário de Segurança, vice-governador, vice-prefeito, governador, senador reeleito. A minha vida sempre tem processo contra a gente, e nós somos investigados. Isso é normal para quem está na vida pública, não é coisa de outro mundo”, ressaltou.
O parlamentar frisou ainda que críticas técnicas e divergências fazem parte da democracia, mas rejeitou ataques pessoais que, segundo ele, transformam adversários políticos em inimigos.