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terça-feira, setembro 9, 2025

Nepal: Primeiro-ministro renuncia após protestos violentos contra bloqueio de redes sociais

KP Sharma Oli deixa o cargo após crise desencadeada pela censura digital e pela repressão que deixou 19 mortos

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O primeiro-ministro do Nepal, KP Sharma Oli, renunciou nesta terça-feira (9) em meio a uma onda de protestos violentos iniciados após o bloqueio de 26 plataformas de redes sociais no país. A repressão policial deixou pelo menos 19 mortos e mais de 300 feridos, aprofundando a crise política e forçando a saída do líder comunista.

Protestos e crise política

Os protestos começaram em Katmandu e rapidamente se espalharam por outras cidades. Jovens da Geração Z lideraram as manifestações contra a decisão do governo de banir redes como Facebook, Instagram, WhatsApp, YouTube e X, alegando descumprimento da lei de 2023 que exige registro oficial das empresas de tecnologia.

Mesmo após a suspensão do bloqueio no dia 8, os atos prosseguiram, desafiando o toque de recolher imposto na capital. Além da censura digital, os manifestantes demonstraram insatisfação com corrupção, nepotismo, autoritarismo e falta de oportunidades econômicas.

Escalada da violência

Durante os protestos, prédios públicos e residências de políticos foram invadidos e incendiados, incluindo a casa de Oli. A repressão das forças de segurança resultou em mortes e centenas de feridos, gerando forte reação internacional. A ONU e a Anistia Internacional condenaram o uso de força letal e pediram investigações transparentes.

Renúncia e próximos passos

Oli, líder do Partido Comunista do Nepal (Marxista-Leninista Unificado), estava em seu quarto mandato desde julho de 2024. Ele apresentou sua renúncia ao presidente Ram Chandra Paudel, alegando a necessidade de uma “solução política” para o impasse. Além dele, três ministros, incluindo o do Interior, também deixaram os cargos.

O presidente aceitou a renúncia e iniciou o processo para a escolha de um novo primeiro-ministro. A crise no Nepal tem sido comparada a episódios recentes no Sri Lanka e em Bangladesh, onde protestos em massa derrubaram líderes acusados de corrupção e autoritarismo.

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