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segunda-feira, agosto 25, 2025

Representante do Panamá quer mudar sede da COP por valores de hospedagem

Vice-presidente do "Bureau da COP" argumenta que os valores estão "200 a 400% acima do subsídio diário de subsistência da ONU" e "não são viáveis"

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O representante do Panamá no “Bureu da COP” do corpo climático da ONU (Organização das Nações Unidas) publicou nas redes sociais o discurso que proferiu após o encontro do grupo.

Em sua fala, proferiu duras críticas ao aumento de preço das hospedagens para a COP30, que acontecerá em Belém, em novembro deste ano.

Leia mais: Governo corre contra o tempo para resolver crise de acomodações na COP30

“Estou totalmente surpreso e, sinceramente, confuso, pois pela terceira vez neste Bureau, todas as regiões do mundo falaram a uma só voz à Presidência brasileira, mas parece que nossas palavras entram por um ouvido e saem pelo outro. Parece que estamos vivendo em uma realidade alternativa cada vez que participamos dessas reuniões. Além disso, nosso tempo está sendo desperdiçado e estamos sendo tratados como tolos”, escreveu Juan Carlos Monterrey, que também é vice-presidente do Bureau.

Na nota, ele diz que solicitou ao secretariado do grupo, que forneça orientações formais por escrito “sobre alternativas e processos para que” possam solicitar à Presidência da COP30, a mudança da cidade que vai sediar o evento.

“Não podemos sediar uma COP em condições que excluem a participação e violam os princípios fundamentais do multilateralismo”, continuou.

“Mais de 70% das delegações não reservaram acomodações. Esse único número diz tudo: os arranjos atuais são impossíveis. As opções estão 200 a 400% acima do subsídio diário de subsistência da ONU e simplesmente não são viáveis”.

“Viemos aqui para construir confiança e soluções. Em vez disso, estamos recebendo desculpas e absurdos”, concluiu.

Em nota, a Secretaria de Comunicação Social da Presidência da COP30 e da Presidência da República, informaram que o governo brasileiro reitera que o evento ocorrerá em Belém e que a cidade estará “pronta para acolher os participantes desta importante Conferência”.

“Na reunião de sexta-feira (22/8) com o Bureau da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC), pudemos mostrar que todas as condições logísticas, de infraestrutura e de segurança estão asseguradas para a realização da COP30”, disseram.

“Belém possui capacidade de hospedagem para a realização do evento, com uma oferta total de 53 mil leitos, 33 mil quartos, distribuídos em diferentes categorias (incluindo hotéis, imóveis privados cadastrados e regulamentados, dois navios internacionais de grande porte e acomodações específicas voltadas para povos indígenas, juventude e sociedade civil, garantindo diversidade, acessibilidade e previsibilidade para todas as delegações e perfis de público)”, prosseguiram.

“Por fim, o Brasil já está fazendo esforço inédito e significativo de investimento para viabilizar a COP30 na Amazônia, com garantias de infraestrutura, logística e hospedagem inclusiva”, finalizaram.

Preços altos

As reclamações acerca dos valores das hospedagens para COP30 não começaram agora. No início do mês, por exemplo, a secretária do clima da ONU realizou uma reunião de emergência para tratar do assunto.

Países em desenvolvimento já alertaram que não poderão arcar com os preços das acomodações na cidade.

Até o momento, 47 países de uma lista de mais de 190 confirmaram presença. As delegações realizaram pagamento das reservas de hospedagem, sendo 39 por meio da plataforma oficial e oito negociadas diretamente com a rede hoteleira ou outras plataformas.

Essas informações foram divulgadas após uma reunião com o Bureau, na qual alguns países apresentaram questionamentos sobre a organização para a conferência global.

Um dos pontos apresentados foi a solicitação de pagamento de um subsídio brasileiro para hospedagem das delegações, mas a secretária-executiva da Casa Civil da Presidência da República, Miriam Belchior, descartou a possibilidade.

“O governo brasileiro já está arcando com custos significativos para a realização da COP, então, por isso, não há como subsidiar delegações de países e, inclusive, delegações de países que são mais ricos que o Brasil”, disse.

 

Fonte: CNN

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