O programa Debate Político, do portal O Convergente, recebeu o economista Mourão Junior, no último dia 12 de agosto, para discutir impactos econômicos internacionais e nacionais sobre o Brasil. A entrevista, conduzida pela jornalista Letícia Barbosa, foi exibida pelo canal 8.2 da TV aberta e pelo YouTube da Rede Onda Digital. O programa vai ao ar semanalmente às terças-feiras, às 20h30.
Mourão Junior iniciou a análise contextualizando o chamado “tarifaço” do ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, classificando-o como parte de um movimento histórico de protecionismo que remonta aos séculos XVI e XVIII. Segundo o economista, a medida tem impactos diretos na economia brasileira, especialmente em razão da fragilidade do PIB nacional e do processo de desindustrialização em curso.
“São as famosas barreiras comerciais que certos países fazem para proteger ou desenvolver suas economias. Esse aspecto do tarifaço do Trump não é novo, mas ele nos afeta porque nossa economia é frágil e enfrenta desafios de juros e crescimento”, afirmou.
Governo Lula e negociações internacionais
Mourão Junior criticou a postura do governo brasileiro em relação à negociação com os Estados Unidos, destacando que ações nacionais podem gerar efeitos negativos ao comércio e ao relacionamento econômico com o segundo maior parceiro comercial do país. O economista defendeu a diversificação de mercados e alertou sobre a importância de manter a economia interna saudável para sustentar o consumo.
“O governo está tentando negociar, mas decisões puramente nacionais podem trazer prejuízos, especialmente se direcionarmos nossa economia para depender apenas da China”, destacou.
IOF e regulação econômica
O economista também comentou sobre o aumento do IOF, imposto utilizado pelo governo não apenas para arrecadação, mas como mecanismo de regulação econômica. Mourão Junior explicou que o tributo pode afetar microempreendedores, consumo e crédito, especialmente em momentos de juros altos e déficit fiscal.
Zona Franca de Manaus e futuro econômico
Outro ponto abordado foi a Zona Franca de Manaus, cujo modelo, segundo Mourão, foi crucial para o desenvolvimento da região após o declínio do ciclo da borracha. O economista defendeu a necessidade de diversificar atividades econômicas na Amazônia e alertou para possíveis impactos de políticas tributárias sobre a produção local.
“Apesar da reforma tributária preservar a Zona Franca, precisamos estar atentos ao IPI e ao PBB, que podem impactar negativamente a competitividade de produtos produzidos aqui”, explicou.
Mourão Junior também destacou a importância de um planejamento estratégico de longo prazo voltado ao mercado exportador, reforçando que a Zona Franca deve se adaptar sem perder sua relevância econômica.
Confira o programa na íntegra:
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