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quarta-feira, agosto 13, 2025

Prefeitura de Manicoré fecha novo contrato de R$ 2,3 milhões com empresa investigada por irregularidades

Mesmo após histórico de obras inacabadas e prejuízo milionário ao erário, Plastiflex é novamente contratada para atuar no município

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O prefeito de Manicoré (a 331 quilômetros de Manaus), Lúcio Flávio do Rosário (PSD), pretende gastar mais de R$ 2,3 milhões do dinheiro público na revitalização do Complexo Esportivo do bairro Santa Luzia, no município. A contratação foi oficializada por meio do Extrato de Contrato nº 351/2025, publicado na edição desta terça-feira, 12, do Diário Oficial dos Municípios do Estado do Amazonas.

Ao todo, a gestão Lúcio Flávio formalizou R$ 2.390.352,40 no contrato. A empresa responsável pela obra será a Plastiflex Empreendimentos da Amazônia Ltda, que possui um histórico de investigações por supostas irregularidades em contratos públicos.

Segundo o documento, o contrato tem vigência de 360 dias e é gerido pela Secretaria Municipal de Esporte e Lazer, com base na nova Lei de Licitações (Lei nº 14.133/2021).

A empresa

De acordo com dados da Receita Federal, a Plastiflex foi fundada em 1996 e tem sede em Manaus. Sua atividade econômica principal é a construção de edifícios, e a empresa possui um capital social de R$ 2,8 milhões. Os sócios-administradores são Allan Sergio Silva Bezerra Campos e Aydamo Célio Silva Bezerra Campos.

Gastos

Esta é a segunda vez, só em 2025, que a Plastiflex firma contrato milionário com a Prefeitura de Manicoré. Em maio deste ano, a empresa já havia sido contemplada com R$ 10.000.489,90 para serviços de recapeamento asfáltico, tapa-buracos e manutenção de vias públicas no município.

Veja também: Prefeito de Manicoré gasta mais de R$ 10 milhões com empresa que já foi alvo do MP-AM

Apesar de estar formalmente habilitada para participar de licitações, a Plastiflex carrega um histórico de denúncias e investigações por supostas irregularidades em contratos públicos, segundo revelou o portal O Convergente.

Em 2021, a empresa foi alvo de uma notícia de fato instaurada pelo Ministério Público do Amazonas (MP-AM) após ser contratada para concluir as obras do Centro de Convivência da Família de Manicoré — construção que ela própria havia iniciado em 2015, mas não concluiu. O promotor de Justiça Vinícius Ribeiro apontou inconsistências na documentação do processo licitatório e falta de transparência na execução contratual. O caso pode evoluir para inquérito civil, investigação criminal ou processo administrativo.

A atuação da empresa também foi questionada em outro município amazonense. Durante a gestão da ex-secretária de Estado de Infraestrutura, Waldivia Alencar, a Plastiflex foi contratada para obras em Novo Aripuanã. Uma auditoria do Tribunal de Contas do Estado do Amazonas (TCE-AM) revelou que menos da metade dos serviços contratados foi executada: apenas 46,03% das obras previstas foram entregues. A inexecução de 1.752,50 metros lineares de vias representou um prejuízo estimado em mais de R$ 4 milhões aos cofres públicos. O contrato, com aditivos, superou os R$ 7,4 milhões.

Outro lado

A reportagem entrou em contato com a Prefeitura de Manicoré para solicitar um posicionamento sobre a contratação. A redação não localizou endereço de e-mail para obter esclarecimentos da Plastiflex. O espaço, contudo, seguirá aberto para devidas manifestações.

Confira o documento:

Por: Bruno Pacheco
Ilustração: Gabriel Torres
Revisão Jurídica: Letícia Barbosa

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