O diretório do Avante Amazonas iniciou, nesta segunda-feira (11/8), o processo de expulsão do deputado estadual Wanderley Monteiro, eleito pela sigla em 2022, por “quebra de fidelidade partidária”. A medida ocorre após o parlamentar assinar a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar o programa “Asfalta Manaus”, da gestão David Almeida (Avante) na Prefeitura de Manaus.
Em nota divulgada nas redes sociais, acompanhada de uma foto com o prefeito de Manaus e presidente estadual do partido, David Almeida, o vice-governador Tadeu de Souza, o presidente da Câmara Municipal, David Reis, e outros parlamentares do Avante, o partido afirmou:
“Amazonas iniciou, nesta segunda-feira (11/08), o processo de expulsão do deputado estadual Wanderley Monteiro, por quebra de fidelidade partidária.
A medida foi deliberada, de forma unânime, pela executiva estadual e municipal do partido, com base no estatuto do Avante e na legislação eleitoral vigente, que garante a preservação da coerência política e do compromisso com a nossa base eleitoral.
Reunião realizada na sede do partido, em Manaus.”
A decisão, tomada com participação dos diretórios nacional, estadual e municipal, não será sumária. Wanderley Monteiro terá direito a apresentar defesa no procedimento partidário, mas os prazos são curtos e a exclusão dele da legenda deve ocorrer até sexta-feira, 15, ou, no máximo, até segunda-feira, 18, segundo apurou a reportagem.
Nos bastidores, as informações dão conta de que a representação contra o parlamentar foi apresentada pelo próprio presidente estadual do Avante, o prefeito de Manaus David Almeida, alvo da CPI, comissão que busca investigar o programa “Asfalta Manaus”, da Prefeitura de Manaus, que recebeu R$ 181 milhões do Governo do Estado.
Na prática, a assinatura autorizou uma investigação contra a gestão municipal comandada por David Almeida, presidente da legenda no Amazonas. Para integrantes da cúpula partidária, a atitude configurou traição política.
Outro lado
Em nota ao O Convergente, o gabinete do deputado Wanderley Monteiro informou que, até o momento, não houve qualquer notificação judicial referente ao parlamentar. “Dessa forma, não é possível emitir manifestação sobre um processo do qual não se tem ciência formal”, diz trecho do texto.
“Esclarecemos, igualmente, que a assinatura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) não configura, sob nenhuma hipótese, ato de infidelidade partidária. Reiteramos nosso compromisso com a transparência e, assim que houver comunicação oficial, faremos os devidos esclarecimentos à sociedade e à imprensa”, comunicou nota da assessoria.