Após a repercussão das ações da Prefeitura de Manaus contra comerciantes no Centro da cidade, ambulantes compareceram à Câmara Municipal de Manaus (CMM), nesta segunda-feira (11), para se pronunciar. Na tribuna, um representante dos trabalhadores destacou que os ambulantes não são “bandidos” e que apenas desejam trabalhar para sustentar suas famílias.
“A fala é de tristeza, de vontade de chorar. Só queremos trabalhar, se eles querem nos regularizar, organizar o centro, nós também queremos. O que não pode é não participarmos disso”, iniciou o representante.
O comerciante criticou a repercussão da ação e alegou que estariam denegrindo a imagem dos ambulantes. “Tem muitas pessoas que tem filhos doentes. Todo dia estamos lutando para levar nossa comida, ninguém é bandido. Estão denegrindo nossa imagem dizendo que vendemos comida estragada”, disse.
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Na tribuna, o vereador Rodrigo Guedes (PP) criticou a atuação da Prefeitura de Manaus contra os ambulantes do Centro da cidade. Segundo ele, a gestão municipal promoveu uma ação com viés midiático, apenas para aparentar que está trabalhando.
“Fizeram aquela ação midiática para mostrar que estão trabalhando depois de 4 anos de omissão da Prefeitura de Manaus no Centro da cidade. Já pensou se mostrarmos também todos os buracos no Centro? […] Por que com o trabalhador tem que ser na força da chibata e para os deveres da Prefeitura tem que ser tapinha nas costas?”, questionou.
O que diz a Prefeitura?
Em comunicado oficial, a Prefeitura de Manaus informou ter localizado um depósito clandestino na rua Henrique Antony, sendo a operação realizada para combater o armazenamento irregular de mercadorias e produtos vencidos. Durante a ação, conforme a prefeitura, três guardas foram atacados com pedras.
A administração municipal destacou que a intervenção está de acordo com normas sanitárias e tem como objetivo “proteger a população, o ordenamento urbano e a saúde pública”. Até o momento, não houve pronunciamento sobre as denúncias de agressões contra os ambulantes, nem sobre medidas para atender os trabalhadores que foram removidos.
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