Em apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), políticos conservadores e centenas de apoiadores vestidos de verde e amarelo se uniram na tarde deste domingo, 3, em manifestação na orla da Ponta Negra, zona Oeste de Manaus. A manifestação, que integra o movimento nacional “Reaja, Brasil”, teve como alvos principais o Supremo Tribunal Federal (STF), especialmente o ministro Alexandre de Moraes, e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
O evento contou com a presença de nomes do Partido Liberal (PL) no estado, incluindo a pré-candidata ao governo do Amazonas, professora Maria do Carmo; o presidente estadual da legenda, Alfredo Nascimento; o deputado federal Capitão Alberto Neto; a deputada estadual Débora Menezes; os vereadores Sargento Salazar, Coronel Rosses e Capitão Carpê; além do ex-vereador Marcel Alexandre, e dos delegados Costa e Silva e Pablo, ambos filiados ao partido.
Nenhum representante do governo estadual ou da Prefeitura de Manaus participou da manifestação na Ponta Negra. A Polícia Militar acompanhou o ato, que ocorreu sem registro de incidentes.
Durante os discursos, os parlamentares reforçaram críticas à atuação do STF e acusaram o governo federal de promover censura, perseguição política e autoritarismo. O ponto alto, e também o mais polêmico, foi a fala do vereador Salazar, que usou termos ofensivos para se referir ao ministro Alexandre de Moraes, chamando-o de “leproso” e “cabeça de ovo”.
“Contem comigo, meus amigos, que vai ser daquele jeitão. E pau naquele cabeça de ovo, aquele leproso”, afirmou Salazar.
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A palavra “leproso” é um termo antigo e atualmente considerado pejorativo para se referir a pessoas com hanseníase, uma doença infecciosa crônica causada pela bactéria Mycobacterium leprae.

A professora Maria do Carmo também teceu duras críticas a Moraes e Lula e falas por um “Brasil libre de censura”. “Eles não vão calar a voz de Bolsonaro, porque a voz dele é a voz do povo — e a voz do povo é a voz de Deus. Lutamos pela nossa liberdade, e a presença massiva do povo nas ruas de todo o país mostra que já fizemos nossa escolha: queremos um Brasil livre, sem tirania, censura ou perseguição”, declarou Maria do Carmo.
A deputada estadual Débora Menezes também criticou Moraes e Lula. Nas redes sociais, a parlamentar disse que “eles têm o sistema, mas nós temos o povo” e afirmou que o “STF não é o dono do Brasil.
“Eles têm o sistema, mas nós temos o povo. Eles têm o poder, mas nós temos a verdade. E onda há verdade, há esperança. Por isso, Manaus, se prepare! Essa manifestação é só o começo. O Brasil vai voltar pra mão do povo, e nenhum Moraes, nenhum Lula, nenhum sistema vai parar esse movimento. O STF não é o dono do Brasil”, declarou.
O ato
A manifestação, que começou por volta das 16h30 e se estendeu até as 18h, foi marcada ainda por bandeiras do Brasil, cartazes com frases de apoio a Bolsonaro e palavras de ordem contra Lula e Moraes. Entre os gritos mais ouvidos estavam “Fora Lula”, “Fora Moraes” e “Queremos liberdade”.

O movimento “Reaja, Brasil” foi organizado nacionalmente por parlamentares bolsonaristas, com atos em capitais como São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Belo Horizonte e Belém.
Em todos os atos, Bolsonaro não participou já que cumpre medidas cautelares do STF e está proibido de sair de casa nos fins de semana. O ex-presidente também utiliza tornozeleira eletrônica, em razão das investigações sobre tentativa de golpe de Estado e ataques à democracia.