O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou nesta sexta-feira, 1º, que integrantes de uma “verdadeira organização criminosa” estão agindo de forma “covarde e traiçoeira” com o objetivo de submeter o funcionamento da Corte ao controle de um Estado estrangeiro. A declaração foi feita durante a sessão de reabertura dos trabalhos do STF, após o recesso do Judiciário.
“Temos visto as ações de diversos brasileiros que estão sendo processados pela PGR ou investigados pela PF. Estamos verificando diversas condutas dolosas e conscientes de uma verdadeira organização criminosa que, de forma jamais vista, age de maneira covarde e traiçoeira para submeter o funcionamento do STF ao crivo de um Estado estrangeiro”, disse Moraes, em discurso contundente no plenário.
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Sem citar nomes diretamente, Moraes fez referência ao deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que está exilado nos Estados Unidos em meio às investigações ligadas ao 8 de janeiro. “São pseudo-patriotas que se encontram foragidos e escondidos fora do território nacional”, declarou o ministro.
As falas ocorrem no contexto da retomada das investigações sobre a tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022. O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) é réu no processo e foi denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) por tramar contra o resultado eleitoral.
Moraes ressaltou que há uma tentativa explícita de interferência no andamento das investigações por parte de indivíduos ligados ao ex-presidente e seus aliados. O ministro vem sendo alvo de críticas e campanhas internacionais por setores bolsonaristas que alegam abuso de autoridade em suas decisões no STF.
O caso mais recente envolve a possível articulação de parlamentares e influenciadores bolsonaristas para pressionar o Judiciário brasileiro por meio de lideranças políticas e entidades internacionais, como o presidente dos Estados Unidos (EUA), Donald Trump. Moraes reforçou que o STF continuará “resiliente e firme no cumprimento da Constituição”.