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sexta-feira, agosto 1, 2025

Países pedem que COP30 saia de Belém por preços abusivos em hotéis

O presidente da conferência climática da ONU, André Corrêa do Lago, afirmou que há pressão internacional para que o Brasil transfira o evento para outra cidade

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A realização da COP30, marcada para novembro de 2025 em Belém (PA), tem gerado preocupação entre países participantes por conta dos preços elevados das hospedagens na cidade durante o evento. O presidente da conferência climática da ONU, André Corrêa do Lago, afirmou que há pressão internacional para que o Brasil transfira o evento para outra cidade.

“Há uma sensação de revolta, sobretudo por parte dos países em desenvolvimento, que estão dizendo que não poderão vir à COP por causa dos preços extorsivos que estão sendo cobrados”, afirmou Corrêa do Lago durante encontro promovido pela Associação de Correspondentes Estrangeiros (AIE) em parceria com o Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP).

Segundo o diplomata, alguns hotéis estariam cobrando até 15 vezes o valor normal das diárias, o que foi considerado uma prática abusiva por representantes internacionais. “Se na maioria das cidades onde as COPs aconteceram os hotéis começaram a pedir o dobro ou o triplo do valor, no caso de Belém, os hotéis estão pedindo mais de 10 vezes os valores normais”, completou.

A situação ganhou repercussão internacional após uma entrevista do negociador africano Richard Muyungi à uma agência internacional, revelando que países chegaram a solicitar oficialmente a mudança da COP30 para outro local. “Ficou público que países estão pedindo para o Brasil tirar a COP de Belém”, disse Corrêa do Lago.

Muyungi, presidente do Grupo Africano de Negociadores, afirmou que, após reunião de emergência do COP bureau da ONU, o Brasil se comprometeu a apresentar um relatório sobre a situação até 11 de agosto. “Recebemos a garantia de que revisitaremos isso no dia 11 para ter certeza se a acomodação será adequada para todos os delegados”, disse à Reuters.

Além disso, há uma carta endereçada ao governo brasileiro em que ao menos 25 países solicitam que a conferência não seja realizada em Belém, no Pará, devido à alta nos preços das diárias de hotéis, segundo o jornal Folha de S.Paulo.

A fim de contornar o problema, o governo brasileiro anunciou medidas como a reserva de dois navios de cruzeiro com 6 mil leitos e a abertura de acomodações acessíveis para países em desenvolvimento, com diárias de até US$ 220. A Casa Civil também coordena um grupo de trabalho para negociar com o setor hoteleiro, mas Corrêa do Lago ressalta que “a legislação brasileira não permite impor limites às tarifas da rede hoteleira”.

A COP30 será a primeira conferência do clima da ONU realizada na Amazônia e deve reunir cerca de 45 mil participantes, incluindo chefes de Estado, ministros, diplomatas e representantes da sociedade civil de mais de 190 países. Diante das críticas, o Brasil corre contra o tempo para garantir condições logísticas adequadas e evitar uma crise diplomática.

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