A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, desembarcou em Manaus na manhã desta segunda-feira (21), sob escolta da Polícia Federal, em meio a um cenário de crescentes tensões políticas e críticas à sua atuação.
O voo, que partiu de Brasília, teve acompanhamento oficial da PF, segundo informações do portal AM1. A medida que reflete o novo protocolo de segurança para autoridades adotado pelo governo federal, mas também sinaliza a escalada de pressão contra a titular da pasta ambiental.
A vinda de Marina à capital amazonense ocorre paralelamente aos preparativos para o Congresso Internacional de Educação Ambiental, que será realizado em Manaus.
Embora o desembarque da ministra tenha sido noticiado, sua presença não consta na agenda oficial do Ministério, mas foi confirmada pela organização do evento em seu site oficial (ealusofono.org). Segundo a programação, Marina participará da conferência de abertura no segundo dia do congresso, previsto para ocorrer nesta terça-feira, 22.
A presença da ministra na cidade acontece em um momento de desgaste político intenso, principalmente por conta do impasse em torno da pavimentação da BR-319 — rodovia estratégica que liga Manaus a Porto Velho e cuja liberação ambiental ainda está travada.
Parlamentares e lideranças do Norte têm cobrado celeridade no processo e criticado duramente o Ministério do Meio Ambiente, acusando a gestão de Marina de prejudicar o desenvolvimento regional.
Pressão
O desgaste de Marina Silva com setores do Congresso Nacional — especialmente com a bancada ruralista — ganhou novos capítulos no início de julho, quando a ministra enfrentou uma série de ataques em audiências na Câmara e no Senado. Em uma sessão tensa na Comissão de Agricultura, deputados chegaram a chamar a ministra de “desconectada da realidade” e “refém de ONGs internacionais”.
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Um dos momentos mais agressivos veio do deputado Evair Vieira de Melo (PP-ES), que afirmou que Marina “nunca trabalhou, nunca produziu” e a classificou como “adestrada pela esquerda”, chegando a compará-la ao Hamas. O também deputado Zé Trovão (PL-SC) não poupou críticas, chamando a ministra de “vergonha como ministra” e acusando-a de abandonar o Norte e o Nordeste.
Os embates recentes ocorreram menos de um mês após Marina Silva abandonar uma audiência no Senado, após ser verbalmente atacada pelo senador Plínio Valério (PSDB-AM), que declarou que ela “não merecia respeito”.