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sábado, julho 19, 2025

Pix é monitorado por Estados Unidos desde 2022, diz escritório americano

Governo americano monitora o sistema brasileiro desde 2022 e alega preocupações com concorrência no setor de pagamentos eletrônicos

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O sistema de pagamentos instantâneos brasileiro, o Pix, está no radar dos Estados Unidos desde, pelo menos, 2022. Naquele ano, o Escritório do Representante de Comércio dos Estados Unidos (USTR) incluiu o Pix em seu relatório anual sobre barreiras comerciais estrangeiras, expressando preocupação com o impacto da plataforma no mercado de pagamentos eletrônicos de varejo.

Apesar de apenas a edição de 2022 ter mencionado o Pix nominalmente, relatórios seguintes continuaram a acompanhar o sistema financeiro do Brasil.

A discussão voltou à tona nesta semana, quando o USTR anunciou a abertura de uma investigação sobre o apoio governamental ao Pix e outras práticas comerciais brasileiras. Segundo o dirigente do órgão, Jamieson Greer, a apuração atende a um pedido do ex-presidente Donald Trump, que busca apurar supostas práticas que estariam prejudicando empresas, trabalhadores e tecnologias dos Estados Unidos.

Interesses americanos

Analistas avaliam que a pressão americana está ligada à concorrência que o Pix, gratuito e operado pelo governo brasileiro, impõe a sistemas de pagamento tradicionais, como os cartões de crédito, e a soluções privadas como o WhatsApp Pay, da Meta.

De acordo com o Banco Central, o Pix movimentou cerca de R$ 26,4 trilhões apenas em 2023, o que evidencia seu sucesso e alcance no mercado nacional.

“O Brasil desenvolveu uma forma de meio de pagamento que oferece uma série de vantagens. O Pix é ágil, promoveu um processo de bancarização, de inclusão de pessoas que não tinham conta. E faz parte da lei de competência e de concorrência oferecer um produto cada vez melhor”, afirmou a economista Cristina Helena Mello, da PUC-SP, à Agência Brasil.

A tensão também pode ter relação com o episódio de 2020, quando a Meta, então liderada por Mark Zuckerberg, anunciou o lançamento do WhatsApp Pay no Brasil. Dias após o anúncio, o BC e o Cade suspenderam a função, sob o argumento de que seria necessário avaliar os riscos da operação e seu impacto na concorrência.

“O WhatsApp criou uma forma de transferência de dinheiro de pessoas para pessoas, mas estava fazendo isso fora do sistema financeiro legal. Não estava fazendo com integração com o nosso sistema financeiro. Portanto, escapava da regulação do Banco Central, o que fere regras brasileiras de acompanhamento de transações monetárias”, explicou a economista Cristina Helena.

Com informações da Agência Brasil

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