A nova operação da Polícia Federal (PF) contra o ex-presidente Jair Bolsonaro, nesta sexta-feira (17), autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes durante o recesso do Judiciário, provocou forte reação entre políticos do Partido Liberal (PL) no Amazonas. Lideranças da legenda classificaram a decisão como “perseguição política escancarada” e denunciaram supostos abusos de autoridade por parte do Supremo Tribunal Federal (STF).
Entre as medidas determinadas pela Corte estão o uso de tornozeleira eletrônica, proibição de uso de redes sociais e até a restrição de contato com o próprio filho, o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP). As determinações fazem parte de uma investigação que apura a suposta tentativa de golpe de Estado envolvendo aliados do ex-presidente.
O deputado federal Capitão Alberto Neto (PL-AM) foi um dos primeiros a se manifestar. Para ele, “o Brasil ultrapassou mais um limite perigoso”. Segundo o parlamentar, há um “regime de exceção” em curso.
“Trata-se de um episódio grave de abuso de poder, marcado pela instrumentalização das instituições para fins de perseguição política”, declarou.
A deputada estadual Débora Menezes (PL-AM) também criticou duramente as ações da Justiça. “Quando Trump afirma que o regime instalado no Brasil persegue Bolsonaro, não exagera. Que país é esse?”, escreveu a parlamentar, referindo-se ao apoio recente do ex-presidente dos Estados Unidos a Bolsonaro.
O também deputado estadual Delegado Péricles (PL-AM) afirmou que as medidas representam “mais um capítulo vergonhoso de perseguição política”.
“Como delegado e parlamentar, defendo o devido processo legal, o respeito à Constituição e à presunção de inocência. O que estamos vendo é autoritarismo disfarçado de legalidade”, disse.
Na mesma linha, o vereador Capitão Carpe (PL-AM) questionou a narrativa em torno das investigações. “Tudo isso por conta de uma narrativa criada para culpar Bolsonaro por um suposto golpe que, pasmem, teria sido tentado por idosos e pessoas desarmadas. Um absurdo.”
Já o vereador Coronel Rosses (PL-AM) a classificou a decisão como criminosa. “As decisões de Alexandre de Moraes contra Bolsonaro são criminosas e absurdas. O sistema segue atacando o maior líder da direita. Isso precisa acabar!”, afirmou.
A operação ocorre em meio a um cenário político internacional turbulento, marcado pela escalada diplomática entre Brasil e Estados Unidos, agravada após críticas públicas de Donald Trump à condução dos processos contra Bolsonaro.
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