O deputado federal Júnior Mano (PSB-CE) foi um dos alvos da Polícia Federal na Operação Underhand, deflagrada na manhã desta terça-feira (8), que investiga um suposto esquema de desvio de recursos públicos envolvendo fraudes em licitações e contratos administrativos em municípios do Ceará. A ação foi autorizada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e contou com apoio técnico da Controladoria-Geral da União (CGU).
O parlamentar, que está em seu segundo mandato, foi eleito em 2022 pelo PL como o segundo deputado mais votado no estado, com 216.531 votos, atrás apenas de André Fernandes (PL). No entanto, foi expulso da legenda em 2024 após declarar apoio e atuar na campanha de Evandro Leitão (PT) à prefeitura de Fortaleza — eleição vencida pelo petista em disputa direta contra Fernandes, ex-colega de partido de Mano.
Veja também: Deputados acionam MPF e Conselho de Ética contra Erika Hilton por nomeação de maquiadores
As investigações contra Júnior Mano tiveram início a partir de denúncias sobre suposto uso irregular de recursos de emendas parlamentares, que teriam sido destinadas a aliados políticos em prefeituras do interior, com suspeita de compra de apoio eleitoral e pagamento a eleitores. Um dos focos da apuração é o município de Choró (CE), onde o deputado teria financiado a campanha de um dos candidatos à prefeitura.
A PF cumpriu 15 mandados de busca e apreensão em Fortaleza, Nova Russas, Eusébio, Canindé e Baixio (todas no Ceará), além de Brasília (DF). Os agentes também bloquearam cerca de R$ 54,6 milhões em contas de pessoas físicas e jurídicas ligadas ao caso, como forma de interromper o fluxo de recursos de origem suspeita e garantir eventual ressarcimento ao erário.
O gabinete do parlamentar também foi alvo de busca e apreensão. De acordo com os investigadores, o grupo criminoso é acusado de manipular a destinação de verbas federais a municípios em troca de propina e favorecimento político, além de fraudar licitações com empresas previamente associadas ao esquema.
Em nota à imprensa, a assessoria de Júnior Mano negou qualquer envolvimento do deputado com os fatos investigados. A defesa argumenta que o parlamentar “não tem qualquer participação em processos licitatórios, ordenação de despesas ou fiscalização de contratos administrativos”, e que não exerce funções executivas ou administrativas nas prefeituras envolvidas.
Já o PSB, partido atual de Mano, afirmou que aguarda a apuração completa dos fatos e confia na atuação da Justiça, de acordo com as informações do portal R7.