O Ministério da Justiça prorrogou por mais 90 dias a atuação da Força Nacional de Segurança Pública na Amazônia Legal e no Pantanal. A medida, publicada nesta terça-feira (8) no Diário Oficial da União, tem como objetivo reforçar as ações de combate a queimadas e crimes ambientais nas duas regiões, em resposta ao aumento de focos de incêndio e à pressão de órgãos de controle.
A decisão atende a uma determinação do Supremo Tribunal Federal (STF) e autoriza que o contingente atue entre os dias 15 de julho e 12 de outubro. A Força Nacional deverá apoiar investigações sobre as causas dos incêndios, além de fornecer suporte às atividades de polícia judiciária e perícia forense, principalmente nos casos em que houver indícios de ação humana.
A portaria também prevê a atuação integrada com as Polícias Civis estaduais, a Polícia Federal e órgãos ambientais, com foco na repressão a crimes como desmatamento ilegal, queimadas criminosas, grilagem e invasão de áreas protegidas. O planejamento estratégico das ações será definido pela Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp), de acordo com a gravidade dos casos em cada estado.
Desmatamento
Vale lembrar que as áreas desmatadas da Amazônia aumentaram 91% apenas no mês de maio. Segundo o sistema Deter, foram destruídos 960 km² de floresta, contra 502 km² registrados no mesmo mês de 2024. Trata-se do segundo pior resultado da série histórica para o mês, ficando atrás apenas de maio de 2021, quando o desmatamento alcançou 1.390 km².
Os dados colocam em xeque a eficácia das ações até agora implementadas pelo governo federal, que tem enfrentado críticas por manter um discurso ambientalmente comprometido no exterior, mas com resultados modestos na prática.
O aumento expressivo em maio também confirma uma tendência já sinalizada em abril, quando os alertas subiram 55% em relação ao mesmo período do ano anterior.
Já no acumulado dos últimos dez meses — de agosto de 2024 a maio de 2025 —, o crescimento da área desmatada chega a 9,7%.