O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, declarou nessa sexta-feira (4/7) que o mandatário russo, Vladimir Putin, “quer continuar matando pessoas”, e reforçou que Washington seguirá apoiando a Ucrânia.
A fala ocorre um dia após conversa entre os dois líderes e em meio a uma nova ofensiva russa com drones e mísseis, considerada a maior desde o início da guerra, em 2022.
Trump demonstrou insatisfação com o teor da ligação, afirmando que Putin parece disposto a prolongar o conflito a qualquer custo.
“Parece que ele quer ir até o fim. Isso não é bom”, afirmou o presidente americano, que conversou com jornalistas a bordo do Air Force One.
Segundo ele, as sanções foram um dos principais temas abordados. “Ele entende o que pode vir pela frente”, disse, referindo-se a possíveis punições adicionais.
Horas após a conversa, a Rússia lançou um ataque aéreo de grandes proporções contra o território ucraniano, com o disparo de cerca de 550 drones e mísseis. O bombardeio foi descrito pela força aérea da Ucrânia como o mais intenso desde o início da invasão russa.
O governo russo endureceu ainda mais o discurso ao declarar que não enxerga solução diplomática viável para alcançar seus objetivos no conflito.
A posição indica que Moscou pretende manter a ofensiva militar contra a Ucrânia, mesmo diante das dificuldades enfrentadas pelas tropas no campo de batalha.
Trump diz tentar ajudar a Ucrânia, mas não avança
Em paralelo, o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, afirmou que também conversou com Trump. Segundo ele, ambos concordaram em reforçar as defesas aéreas do país, mas não divulgou detalhes sobre o que foi acertado.
A Ucrânia enfrenta atualmente escassez de sistemas antiaéreos para cobrir todo seu território, enquanto as cidades seguem sob risco de novos ataques.
Trump também revelou que teve uma conversa com o chanceler alemão, Friedrich Merz, para discutir o envio de sistemas de defesa aérea Patriot à Ucrânia. Contudo, disse que ainda não há uma decisão final sobre o envio do equipamento, considerado essencial para a proteção de áreas civis e estratégicas.
Na quinta-feira (3/7), Trump já havia admitido que a conversa com Putin não trouxe avanços concretos em relação à resolução do conflito.
As negociações diretas entre Rússia e Ucrânia foram retomadas em maio, mas continuam sem resultados. A última rodada de conversas, realizada na Turquia, terminou sem progresso, e não há previsão para uma nova reunião.
Rússia resiste e exige
Durante o contato telefônico, Putin reafirmou as exigências da Rússia, incluindo a cessão de quatro regiões ucranianas ocupadas, além da Crimeia, e o compromisso de Kiev em não ingressar na Otan.
A Ucrânia rejeita essas condições e insiste na retirada total das tropas russas como ponto de partida para qualquer acordo.
Apesar da escalada, um novo intercâmbio de prisioneiros de guerra foi confirmado nessa sexta-feira. O acordo, fechado em junho com mediação na Turquia, permitiu a troca de detidos entre os dois países.
Os bombardeios da madrugada deixaram pelo menos dois mortos e cerca de 30 feridos, de acordo com autoridades ucranianas.
Fonte: Metrópoles