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sexta-feira, junho 13, 2025

União Brasil e PP rompem com governo Lula e dizem ‘não’ à elevação de tributos

Enquanto isso, o Executivo segue em busca de medidas para levantar cerca de R$ 20 bilhões em 2025

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Apesar de controlarem quatro ministérios no governo federal, os partidos União Brasil e Progressistas (PP) anunciaram nesta quarta-feira (11) que vão se posicionar contra qualquer iniciativa do presidente Luiz Inácio Lula da Silva que implique aumento de impostos. O posicionamento foi divulgado antes mesmo do envio oficial da Medida Provisória (MP) com o novo pacote de medidas para elevar a arrecadação, previsto para esta quinta-feira (12).

Entre as ações estudadas pela equipe econômica está a tributação de fundos de investimento atualmente isentos, como forma de compensar a perda de receita com o reajuste no IOF (Imposto sobre Operações Financeiras). No entanto, a proposta já encontra forte resistência no Congresso Nacional.

O anúncio da oposição partiu dos presidentes nacionais das duas siglas, Antônio de Rueda (União Brasil) e Ciro Nogueira (PP), em entrevista concedida no Salão Verde da Câmara. O posicionamento contrário ao governo Lula ocorre no momento em que os dois lideram a federação recentemente formada entre União Brasil e PP, aliança que fortalece a atuação do Centrão com foco nas eleições de 2026.

“Taxar, taxar e taxar não é solução. É preciso cortar gastos. Se o governo não fizer sua parte e não apresentar medidas de redução da máquina pública, não aceitaremos nenhum aumento de tributos”, afirmou Rueda, ressaltando que as bancadas dos dois partidos no Senado e na Câmara atuarão unificadas contra qualquer proposta de elevação de impostos sem contrapartidas.

Ciro Nogueira acrescentou que a decisão não é um ataque direto ao Executivo, mas um compromisso com os anseios da população: “Temos respeito pelo ministro Fernando Haddad, mas falta ao governo clareza e competência para lidar com o cenário atual. Este é o momento de cada um se posicionar: ou se é a favor ou contra o aumento da carga tributária.”

Disposição para cortes também no Congresso

Ao ser questionado sobre eventuais bloqueios orçamentários que atinjam o Legislativo, Ciro afirmou que todos os Poderes devem contribuir:  “Sim, concordamos com cortes nas emendas parlamentares”, disse ele. A fala foi reforçada por Rueda: “Todos terão que fazer sacrifícios.”

O anúncio contou com a presença de figuras de peso, como o ex-prefeito de Salvador ACM Neto (União Brasil) e parlamentares da oposição bolsonarista, entre eles o senador Izalci Lucas (PL-DF), ampliando o arco de resistência ao pacote fiscal proposto pelo governo.

Enquanto isso, o Executivo segue em busca de medidas para levantar cerca de R$ 20 bilhões em 2025, a fim de cumprir as metas fiscais do novo arcabouço. Estão em estudo, por exemplo, a revisão de benefícios fiscais, a tributação de apostas eletrônicas (bets) e a cobrança de 5% sobre rendimentos de LCI e LCA — esse último ponto, em especial, vem acirrando o conflito com o Legislativo.

Lideranças no Congresso reforçam que o Palácio do Planalto precisa conter despesas antes de propor qualquer aumento de carga tributária, alimentando o embate entre Executivo e Legislativo no encerramento do semestre parlamentar.

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