O programa Debate Político, do O Convergente, em sua terceira temporada, foi ao ar na última terça-feira (3) e recebeu o consultor político Renato Bagre, em uma entrevista mediada pela apresentadora Letícia Barbosa. O programa é exibido todas as terças-feiras, às 20h30, com transmissão pelo canal 8.2 da TV aberta e pelo YouTube da Rede Onda Digital.
Especialista em marketing, Renato Bagre relembrou o início de sua trajetória no cenário político, área em que hoje atua como consultor. “A primeira campanha que eu recebi, eu não sabia o que fazer, não tinha a metodologia dos outros marqueteiros, eu tive que inventar a minha. E foi muito bem-vinda porque tinha o sabor original e ela foi uma escola, me deu um sentido de direção. […] Busco tirar o melhor das pessoas, a campanha de agora de 2024, é exatamente isso, você vê uma pessoa forte e firme, mas aquilo não inventamos, a gente descobriu ou redescobriu. […] Procuramos entender o que as pessoas precisam saber sobre aquela pessoa para tomar uma decisão”, comentou.
Ao comentar sobre o desinteresse da população em relação à política, Renato Bagre destacou que “política” e “político” são coisas distintas. Ele acrescentou que a forma como muitos políticos atuam tem comprometido a percepção da sociedade sobre a importância da política.
“A política é uma ciência linda, aquela coisa filosófica, ela é o que vem do povo. O político é outra coisa, o problema é que alguns políticos foram tomando caminhos que afetou a questão política […]. Acredito que essa divisão mais clara das coisas entre esquerda e direita, o centro nos salva. […] A política não tem culpa do que fazem alguns políticos”, explicou.
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De acordo com o consultor político, existem desafios de campanha na Região Norte que são enfrentados por conta da distância geográfica. “A Região Norte é desafiadora, como vamos fazer a informação chegar até a ponta do Amazonas? […] A comunicação tem asas, se ela for bem direcionada e fruto de uma verdade, conseguimos bem feito […]. Na hora da eleição, o candidato tem que suar a camisa […], mesmo que façamos parte de um todo, temos a dificuldade de levar a comunicação de uma forma que todo mundo vai entender, mas não funciona assim. Cada local tem sua dificuldade, não que o político vá resolver, mas tem que entender”, disse.
Polarização
Na opinião do especialista em marketing político, as eleições de 2026 devem ser polarizadas, no entanto, as pontas devem buscar apoio de partidos do centro.
“Eu sempre dizia que a eleição de 2024 seria a escada para 2026: quem saiu mais fraco, de grupo, força política, representatividade […]. A expectativa que eu tenho para 2026 é que ela seja de novo uma eleição polarizada, mas buscando forças do centro”, avaliou.
Ainda de acordo com Renato Bagre, a ‘dificuldade’ para 2026 será buscar o diálogo entre os partidos para construir alianças partidárias.
“Essa eleição vai trazer a novidade de que se migre e se busque apoios. Não enxergo coisas puras, esquerda e direita extremamente puras. Vejo que vai haver a necessidade de conversar”, avaliou.
Esquerda X Direita no AM
Na avaliação do especialista político, o cenário do Amazonas para a disputa em 2026 tem mostrado quem está ‘mais organizado’. “Por observar que os grupos estão ficando bem definidos e os que estão se montando, existe uma questão de vaidade que precisa ser domado. A direita tem vários players importantes; O que está mais organizado é o centro-esquerda, porque os apoiadores desse estão mais bem colocados”, apontou.
Segundo ele, a direita no Amazonas precisa se unir para disputar em 2026. De acordo com ele, na direita amazonenses, existem muitos nomes para entrar na corrida, mas não há uma definição, o que pode gerar resultados negativos.
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“A direita no Amazonas precisa se organizar e ver quem vai ser o que. Nunca penso que precisamos somar e não dividir, se a direita continuar assim, ela vai ter dificuldades de novo e pode ter resultados muitos diferentes”, disse.
Já na avaliação do especialista, a esquerda também terá uma tarefa difícil em 2026, o qual ele classificou como ‘movimento bem hostil’, uma vez que o cenário da esquerda não está unificado.
“A esquerda acho que tem o trabalho mais difícil ainda. O Marcelo Ramos tentou fazer um movimento, mas acho que ainda é um movimento bem hostil, mas qual é o interesse da esquerda em estar dividida? […] Alguns players tem interesses particulares que se chocam com o interesse da própria liturgia da esquerda”, destacou.
Eleição e rede social
Ao comentar sobre as eleições e o uso das redes sociais, o especialista pontuou sobre o uso da inteligência artificial (IA) nas eleições 2026.
“Acredito que ela vai entrar na conversa como nunca entrou. […] A inteligência artificial vai ser, talvez, uma das grandes novidades das eleições 2026, porque elas vão ser facilitadoras e também complicadoras”, afirmou.
Ainda de acordo com Bagre, os movimentos eleitorais de 2026 foram adiantados para o ano ‘não político’ por conta da emergência da rede social e, segundo ele, as eleições futuras tendem a ser assim.
“É importante saber o que fazer e o que não fazer, então, nessa eleição, o que usar e o que não usar vai ser tudo de um estudo, de um entendimento. Você não faz nada da sua cabeça, você faz a partir de um estudo, de conversa. Essa campanha foi antecipada, e a próxima vai ser mais ainda e sempre vai ser assim. Porque a emergência da rede social vai fazer com que seja assim”, alegou.
Confira o programa na íntegra:
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